O artista plástico José Rufino tem como marca em seu trabalho a arte postal e os desenhos, que o projetaram na década de 1980 – filho de ativistas políticos, presos durante a Ditadura Militar no Brasil, ele também é conhecido pelas obras políticas, mas faz um diálogo com várias vertentes em sua obra.
Em sua primeira incursão pelo universo ficcional, no livro Afagos (Cosac Naify), ele traz 102 microcontos que tratam de situações-limite.
Há uma ironia sutil e ao mesmo tempo certeira.
Veja o exemplo do texto “Silêncio”: “Atravessa os dias murmurando. Nada mais triste que um monstro entediado”.
Despedida, traição, morte, abandono, arrependimento, inveja e paixão são outros assuntos dos textos, que parecem pequenos quadros: apesar de serem curtos, os contos dão descrições tão precisas que dá para imaginar bem os cenários descritos por Rufino.
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