O filme traz a história de Perpera, um pajé poderoso até o contato do povo Paiter Suruí com os brancos, em 1969. Com a chegada dos forasteiros, um pastor evangélico afirma que a pajelança é coisa do diabo e Perpera perde seu poder na tribo.
Bolognesi tem sido presença frequente na Berlinale. Em 2014, ele esteve na mostra Nativa com o roteiro de “Terra Vermelha”, dirigido por Marco Bechis e, ano passado, na Panorama, também como roteirista de “Como nossos pais”, de Lais Bodansky.
O cineasta conversou com a Gazeta do Povo sobre seu novo filme e os resultados que espera desta seleção.
Como definiria seu filme?
O filme é muito sutil, mas o fato dos curadores de Berlim que assistem a mais de três mil filmes terem gostado significa que a obra tem valor universal e poder de se comunicar com públicos distintos.
O que representa para você e para o “Ex-Pajé” essa première mundial no Festival de Berlim?
Representa que ele vai ser visto no mundo todo. Representa que ele nasce com um selo de qualidade que aumenta muito o interesse e a visibilidade sobre o filme.
Quais resultados para a causa indígena “Ex-Pajé” pode trazer?
Mais que a satisfação pessoal, me alegro com a possibilidade de que o tema do documentário seja debatido em diversos países. O filme aborda a questão indígena com um viés contemporâneo. O momento não poderia ser melhor para ele ser selecionado para um festival com esse porte.
A Panorama tem a característica de selecionar filmes de cunho social, originais e espectadores muito interessados. Qual receptividade espera desse público?
Espero que o filme toque a sofisticada audiência do festival de Berlim. Vamos ver...
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