Na esteira da alta de 17,6% do dólar em 2015, as ações de exportadoras do setor de papel e celulose dominam as listas de recomendações de bancos e corretoras para junho, com pelo menos uma representante nas carteiras de cada uma das nove instituições consultadas pela reportagem.
Presente em oito listas, a Suzano é quase unanimidade, enquanto a Fibria foi citada duas vezes e a Klabin, uma. As ações acumulam fortes ganhos de 43,4%, 28,1% e 30,2%, respectivamente, neste ano. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, sobe 6,68%.
Mesmo com desempenho inferior ao da Suzano no ano, BB Seguridade (2,77%) e Itaú (-4,1%) também foram citadas pela maioria das instituições (seis). As apostas refletem a expectativa de retomada até dezembro.
Alerta
O pequeno investidor, porém, deve tomar cuidado. Especialistas recomendam que esse perfil de aplicador tenha expectativa de retorno na Bolsa de pelo menos cinco anos.
“A pessoa física, sem muita experiência, tem que investir em empresas líderes, com modelo de negócio robusto e vantagens competitivas”, diz o consultor Daniel Arruda.
No caso da Suzano, o aumento da taxa de câmbio beneficia a receita da companhia, que, por ser exportadora, recebe em dólar.
“As intervenções monetárias do Banco Central Europeu e estímulos do governo chinês têm intensificado a demanda mundial por celulose”, disse Mário Mariante, da Planner.
No primeiro trimestre, a produção brasileira de celulose cresceu 4,3% sobre igual período de 2014. As exportações subiram 12,7%, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
A S&P elevou, em maio, a Fibria a grau de investimento – selo de bom pagador. No mesmo mês, Fibria e Suzano subiram preços de produtos.
Analistas justificam a preferência pela Suzano no setor pelo processo de redução da relação entre dívida líquida e geração de caixa (desalavancagem) da companhia, com maior eficiência de custos.
Sobre a BB Seguridade, Ricardo Kim, da XP Investimentos, considera atrativo o fato de a companhia atuar em um setor promissor.
As ações do Itaú se beneficiam dos fortes resultados, apesar da retração da economia. O lucro subiu 26,8% no primeiro trimestre, na comparação anual, para R$ 5,7 bilhões.
-
Acordo do governo para reonerar folha de pagamento sela derrota do Congresso
-
Dívida do Brasil aumentou mais de R$ 1 trilhão, mas Lula não quer discussão
-
Haddad contraria Tebet e diz que não há espaço para desvincular aposentadorias ao salário mínimo
-
“PIB zero” e R$ 19 bilhões para reconstrução: as perspectivas do Rio Grande Sul após tragédia
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Ala econômica do governo mira aposentadorias para conter gastos; entenda a discussão
Maior gestor de fundos do país se junta ao time dos “decepcionados” com Lula 3
Deixe sua opinião