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Azedou ainda mais a percepção, já negativa, de economistas do setor privado sobre a economia neste ano. A perspectiva é de uma inflação ainda mais alta do que a esperada anteriormente, puxada por uma nova rodada de elevação das projeções para os preços administrados e monitorados pelo governo. Com isso, a taxa básica de juros (Selic) deve subir para 13% ao ano no próximo mês e permanecer neste nível até o fim de 2015.

O boletim Focus do Banco Central mostra, ainda, que não se pode esperar um alento na expansão da economia. A expectativa de retração do PIB passou de 0,50% para 0,58% em uma semana, o que seria a pior recessão dos últimos 25 anos no país. O setor manufatureiro é o principal motivo para a mudança, já que a previsão de que haveria uma contração de 0,35% do setor foi ampliada para 0,72%.

No lado positivo, as estimativas para a inflação de médio e longo prazo estão recuando, segundo o Focus, apesar de ainda seguirem distantes do centro da meta da inflação deste e do próximo ano, de 4,5%. Ainda assim, o índice oficial (IPCA) deve encerrar o ano em 7,47%, praticamente um ponto porcentual acima do teto de 6,5% para o período. O grupo dos economistas que mais acertam as expectativas, denominado Top 5, vê a taxa em 7,51% no acumulado de 2015. As projeções anteriores para a inflação eram de 7,33% e 7,12%, respectivamente.

A grande guinada se deu, mais uma vez, por causa dos preços administrados deste ano, que passaram de 10,40% para 11,00% esta semana. Ainda que este tenha sido o 12.º aumento consecutivo das previsões, a avaliação é de que as previsões no boletim Focus ainda estão bem distante da realidade, com os seguidos anúncios de reajustes de tarifas públicas, como energia elétrica, por exemplo.

Com essa expectativa de descontrole dos preços, está certo para os economistas que o Banco Central vai aumentar a Selic para 12,75% ao ano nesta semana e promover uma nova elevação, para 13% ao ano, em abril. Se até a semana passada, o prognóstico era de que os juros iriam permanecer neste nível até outubro, agora o consenso é o de que a taxa seguirá assim até o início do próximo ano.

A boa notícia na Focus é que as previsões para 2016 estão um pouco mais otimistas. O PIB deve mostrar recuperação (1,50%), puxado pela produção industrial (2,40%). A balança comercial também deve registrar um pouco mais de fôlego – a estimativa é de um superávit de US$ 11,24 bilhões para o ano que vem ante saldo positivo de apenas US$ 5 bilhões este ano. Já o IPCA de 2016 foi reduzido de 5,60% para 5,50%.

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