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As empresas devem manter uma presença ordinária na internet – um relacionamento genuíno com sua audiência, sem ser "sanguessuga". A opinião é do publicitário Tiago Mattos, sócio-diretor da Perestroika, uma escola de atividade criativa com cursos voltados à comunicação, com sede em Porto Alegre.

Como você vê o surgimento da figura do analista de mídia social, e a importância dela para as empresas?

Acho louvável que as empresas estejam dando atenção a isso, que elas estejam enxergando que esse é um movimento irreversível. Não é mais uma questão de se perguntar se é importante ou não ter pessoas cuidando das redes sociais. Não adianta a empresa fazer um site e deixá-lo parado. Isso é tão pouco interativo quanto um outdoor. É uma mídia de uma via só, unidirecional. No momento em que se cria uma comunidade, para as pessoas discutirem, trocarem ideias, fazerem reclamações, elogios, aí sim existe uma troca. Mas é preciso existir uma presença ordinária. A melhor analogia para explicar isso é a seguinte: pense no amigo. Existem alguns amigos que ligam com frequência, perguntam como você está, te convidam para tomar um chope ou ir a um churrasco. Se um dia ele me ligar para pedir um favor, nada mais justo do que eu ajudá-lo – afinal, ele é meu amigo. Agora, aquele cara que só me liga para pedir favor, bem, ele não é meu amigo, ele é um usurpador. O que muitas marcas fazem é isso. Só se relacionam com o consumidor na hora de pedir. Fica uma relação sanguessuga.

O relacionamento, portanto, não é opcional?

A marca ou a empresa tem de se relacionar com a audiência – não necessariamente só com o consumidor – de uma maneira ordinária. Isso quer dizer que frequentemente ela vai estar ali conversando, discutindo, debatendo, e em algum momento ela vai se vender. Vai oferecer alguma coisa. Se ela só fizer oferta, oferta, oferta, ela vai estar na verdade sendo um amigo por interesse. Pode ser uma estratégia que dá certo? Pode, mas não é uma relação profunda e autêntica. É uma relação de interesse.

Se você fosse contratar alguém nessa área, que tipo de habilidade buscaria no profissional?

Primeiro, tem de ter uma vida social ativa. Também é interessante uma pessoa que tenha audiência, porque ela provavelmente conhece os artifícios para criar uma boa audiência. Imagino também uma pessoa que tenha produção de conteúdo autoral na web. Precisa conhecer alguns conceitos, que são pilares dessa área, como crowdsourcing e plataforma de influência, por exemplo.

Qual a dica para quem quer entrar na área?

Uma coisa que pode ser bem proveitosa, que pode acelerar o conhecimento, é tentar fazer o próprio hit da web. A gente sempre fala aqui: qualquer pessoas pode ser o próximo ‘webhit’. Tem de tentar uma vez, outra vez, aprender com os erros e entender a lógica quando dá certo.

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