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Wagner Leffer Guedes, dono de uma panificadora em Itapoá, teme que tráfego excessivo de caminhões acabe desanimando os veranistas | Priscila Forone / Gazeta do Povo
Wagner Leffer Guedes, dono de uma panificadora em Itapoá, teme que tráfego excessivo de caminhões acabe desanimando os veranistas| Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo

Se as previsões da Supe­rintendência Regional Norte do Departamento de Infra­estrutura de Santa Catarina (Deinfra) estiverem certas e a construção da SC 415 for até o final da adição do contrato da empreiteira, em dezembro deste ano, as 650 mil pessoas que costumam passar a temporada em Guaratuba e Itapoá enfrentarão o tráfego pesado de mais de 250 caminhões por dia no acesso de Garuva.

As duas cidades vivem hoje praticamente do turismo e o acesso na temporada dobra o movimento da estrada, de 25 mil para 45 mil veículos por dia. Embora esteja no estado vizinho, mais de 90% dos imóveis de Itapoá pertencem a famílias paranaenses.

A população da cidade está dividida entre o desenvolvimento e o incômodo que o porto pode trazer. "O que me preocupa é a destruição de vias e calçadas e também o movimento que pode desanimar os veranistas que normalmente nos visitam", diz o proprietário da panificadora Pão de Mel, que também tem uma unidade em Guaratuba, Wagner Leffer Guedes.

Na loja de calçados Leve Mais, na outra esquina, a dona Maria Clara de Santi também se diz preocupada. "Tudo que é anunciado por aqui demora, por isso acho que essas previsão de acabar a estrada até o fim do ano é furada. Isso já era para ter acontecido ano passado e não aconteceu, com isso acho que os caminhões vão passar por um bom tempo por dentro da cidade. Ao mesmo tempo também não posso dizer que isso seja só ruim, afinal é clientela."

Em Guaratuba, o risco da utilização do ferry-boat entre a cidade e a vizinha Matinhos por parte dos caminhões existe, mas a preocupação é maior quanto ao acesso de Garuva. "O que vai acontecer é que muitos veranistas vão preferir vir pelo ferry-boat, mesmo com o pedágio mais caro", opina a gerente do Spazio Marine Hotel, que fica em Brejatuba, no acesso de Garuva, Silvana Stevam. Pela BR 376, que mais tarde vira BR- 101, são dois pedágios de R$ 1,40. Pela BR-277, um pedágio de R$ 13,30. "Mas mesmo com a questão do movimento, o funcionamento do porto é bom para Guaratuba, porque Itapoá não tem estrutura hoteleira suficiente. Acabaremos absorvendo o movimento também por aqui", ressalta Silvana.

A prefeita de Guaratuba, Evani Justus (PSDB), informou por meio de nota que a administração municipal está ciente do volume de caminhões que o terminal portuário vai trazer e que "a cidade de Guaratuba é uma parceira do Porto de Itapoá e não causará empecilhos".

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