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“O estudo valeu a pena mesmo com a distância da família e dos amigos, além do frio de até 30 graus Celsius negativos”, diz Lucas Lesota, que fez um mestrado em Moscou | Arquivo Pessoal
“O estudo valeu a pena mesmo com a distância da família e dos amigos, além do frio de até 30 graus Celsius negativos”, diz Lucas Lesota, que fez um mestrado em Moscou| Foto: Arquivo Pessoal

Veja o que fazer para conseguir uma bolsa de estudos fora do país:

Antes de tudoA primeira dica é ficar sempre atento à abertura de vagas e prazos de inscrições. Para isso, costume acessar os sites das instituições e também busque informações na faculdade. Outro passo fundamental é se dedicar a um segundo idioma, antes mesmo de se inscrever.

Clareza nos objetivosDependendo da área ou do perfil da atuação de cada profissional, existem cursos e formatos específicos. Assim, mesmo que algumas instituições ofereçam uma lista fechada de cursos, vale a pena procurar as universidades e cursos que mais chamam a atenção, para já ter uma ideia do que se pretende seguir.

Olho nas oportunidadesConversar com universidade, professores e órgãos (como consulados e embaixadas) é sempre positivo. Além dos grandes programas oferecidos, é comum surgirem oportunidades pontuais.

CustosExistem diferentes modalidades entre as bolsas oferecidas. Algumas cobrem todos os custos básicos – curso, manutenção do estudante e até passagens aéreas –, enquanto outras dividem os custos com o aluno ou cobram "taxas simbólicas".

Preparação finalMesmo depois de batalhar e conseguir a bolsa, ainda não é hora de descansar. O estudante deve se preparar para o curso, assim como para a estada no novo país, que pode ter línguas e costumes bem diferentes dos seus. Para isso, deve ser mantido o costume da busca por informações, assim como o contato constante com as entidades que vão bancar a bolsa.

  • Depois de um mês no Canadá, Francine quer ir agora para uma viagem mais longa e, quem sabe, uma bolsa de estudos

Quando estava na faculdade, o então estudante de Direito Lucas Lasota já alimentava o sonho de continuar seus estudos fora do país. Descendente de poloneses, planejava ir para uma universidade europeia e, para isso, já começava a se dedicar a alguns idiomas. Em 2008, quando estava com 22 anos, veio a oportunidade: uma bolsa para cursar um mestrado na Universidade Amizade dos Povos, em Moscou, capital russa.

O local pode não ser o mais procurado por estudantes brasileiros, mas o desejo de Lucas de completar a formação no exterior – reunindo o peso acadêmico de grandes instituições com a experiência de vida em outro país – é cada vez mais frequente entre os jovens. De acordo com números divulgados recentemente pela Organização para a Cooperação e Desen­­vol­­vimento Econômico (OCDE), a quantidade de brasileiros estudando no nível superior fora do país saltou de 11 mil, no ano 2000, para 27,6 mil, em 2008.

E a possibilidade de fazer um desses cursos contando com auxílio de custos também está aumentando, envolvendo diversas áreas de atuação, muitos países de destino e, principalmente, aliados internacionais de peso: governos e instituições estrangeiras têm crescentemente apostado em bolsas para estudantes brasileiros irem estudar em seus países.

No caso de Lucas , a oportunidade veio por meio da Aliança Russa, entidade que representa as universidades estatais do país no Brasil, trabalhando com a divulgação de vagas, a seleção de candidatos e o auxílio dos aprovados nos processos, que têm seus cursos subsidiados pelo governo russo. "A Rússia vem buscando jovens para suas universidades e hoje vê o Brasil com bons olhos para esta atração. Com isso, a relação é positiva aos dois países e também aos estudantes, que têm acesso a um ótimo curso e com baixos custos", afirma Carolina Telles, diretora da entidade.

Foram os benefícios que atraíram Lesota, que, depois de enfrentar a distância da família, a adaptação à língua e o rigor acadêmico (além do frio que chegava a 30 graus Celsius negativos), garantiu seu mestrado e hoje já parte para outra etapa. "Me animei muito para tentar uma bolsa de doutorado na área de Direito Civil comparado, mesmo tema que baseou meu mestrado. Fui aprovado nos exames e consegui ser recomendado à comissão estatal de admissão", conta o estudante que já se prepara para iniciar a nova fase.

Oportunidades

Entre os locais que oferecem bolsas a brasileiros, um dos destaques é o Reino Unido, que possui um programa desenvolvido de acordo com a demanda de cada estudante, sendo voltado a cursos de pós-graduação e mestrados mais direcionados à trajetória profissional. Chamado Chevening, o programa é anual e oferecido pelo Ministério das Relações Exteriores Britânico, representado no Brasil pelo British Council, órgão que media a relação entre o país e o Reino Unido.

Os interessados no Chevening devem procurar a instituição e curso britânicos mais adequados a seus interesses e ficar atento ao período de inscrições, que costuma ser no primeiro trimestre do ano. Devido ao seu perfil, as exigências básicas incluem a formação no ensino superior há no mínimo dois anos, a ocupação em uma atividade profissional e a proficiência no inglês. O número de vagas oferecidas por ano varia, pois é determinado anualmente pelo governo britânico, que desenvolve o projeto em diversos países. "Hoje o Brasil é uma nação prioritária, então é possível esperar um bom número de estudantes incluídos no programa", diz Iane.

Governo brasileiro também dá "uma força"

O movimento de levar brasileiros para estudar fora do país também reúne esforços locais, contando com iniciativas das próprias faculdades nacionais e do governo federal.

Em julho, a presidente Dilma Rousseff lançou o programa Ciência Sem Fronteiras, que prevê custear 75 mil bolsas de estudos no exterior para os níveis de graduação a doutorado para alunos brasileiros. O governo deve assumir integralmente os gastos com as aulas, além do pagamento de passagens aéreas e manutenção dos estudantes no exterior. Em geral, as oportunidades serão voltadas às áreas de ciências exatas, técnicas e biológicas e 297 instituições internacionais já aparecem listadas no site do programa como possibilidades de destino aos estudantes brasileiros.

Outra opção para quem pretende estudar fora e contar com custos reduzidos são as parcerias feitas pelas universidades brasileiras. Com o crescente interesse dos estudantes, elas têm tentado ampliar o número e a abrangência de alianças com instituições estrangeiras, oferecendo diversos tipos de oportunidades. Uma das modalidades que vêm sendo mais procuradas é a de cursos de menor duração, que podem ter aulas em, por exemplo, um ou seis meses. Com investimentos mais baixos e aulas específicas às demandas dos alunos, esta vem sendo uma boa opção, servindo como uma primeira experiência no exterior.

Foi assim com Francine Zani­­nelli, que hoje cursa pós graduação em Planejamento e Gestão de Negócios na Universidade Positivo. Em julho, ela aproveitou uma parceria da instituição e cursou um mês de aulas em uma universidade canadense. Lá, fez um módulo de negócios internacionais, contando com aulas de caráter prático e ainda convivendo com alunos de outros países.

"No exterior temos uma formação ainda mais ligada ao ambiente de negócios e a alguns modelos de carreira, o que faz diferença na formação e no currículo", diz Francine.Com a experiência positiva da primeira viagem, a ideia da estudante agora é partir para um curso mais longo e, para isso, está vendo diversas possibilidades, entre elas outras parcerias que sua universidade desenvolve, assim como bolsas de estudo. "Vi que vale a pena e agora estou pesquisando cursos que tenham a ver com o que pretendo seguir nos próximos anos. O planejamento para isso é fundamental, pois sempre existem gastos. Levando isso em conta e indo atrás de boas oportunidades, é possível, sim, conseguir alguma coisa boa para a carreira", afirma ela.

Serviço:Para mais informações sobre os programas do British Council e da Aliança Russa, acesse os sites das organizações: www.britishcouncil.org.br e www.aliancarussa.com

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