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| Foto: STEFFEN SCHMIDT/EFE

As investigações divulgadas nesta quarta-feira (27), na Suíça e Estados Unidos, sobre supostos casos de corrupção no futebol mundial, estão incluídas em uma longa lista de casos em que o nome da Fifa já esteve envolvido. A escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, e o esquema de suborno e cobrança de comissões por dirigentes, remete a casos como os das renúncias de João Havelange à presidência de honra da entidade, a de Ricardo Teixeira como presidente da CBF, entre outras.

Acompanhe a cronologia:

2002

28/2/2002

O jornal britânico The Daily Mail revela uma possível compra de votos na primeira eleição de Joseph Blatter como presidente da Fifa, em 1998.

5/5/2002
Michel Platini ao lado do secretário-geral da Fifa Michel Zen-Ruffinen, desafeto de Blatter.PASCAL GUYOT/PASCAL GUYOT

Um relatório apresentado no Comitê Executivo pelo secretário-geral da Fifa, Michel Zen-Ruffinen, acusa Joseph Blatter por desvio de fundos.

10/5/2002

Cinco vice-presidentes da Fifa, junto a outros seis integrantes do Comitê Executivo, abrem processo contra Joseph Blatter, por causa da publicação do relatório de Zen-Ruffinen.

2010

17/10/2010

O jornal britânico The Sunday Times publica que vários altos dirigentes da Fifa estariam dispostos a oferecer seu voto a uma candidatura concreta ao Mundial 2018 em troca de subornos. Joseph Blatter ordena a abertura de investigação sobre o caso.

20/10/2010

A Comissão Ética da Fifa afasta durante 30 dias o francês Reynald Temarii, vice-presidente do Comitê Executivo, e ao nigeriano Amos Adamu, membro do mesmo órgão, que The Sunday Times filmou com uma câmera secreta enquanto pediam dinheiro em troca de seu voto.

18/11/2010

Fifa desabilita um ano a Temarii e três a Adamu, por pedir dinheiro em troca do voto.

29/11/2010
Nicolás Leoz e Ricardo TeixeiraJORGE ADORNO

A emissora britânica BBC divulga um documento confidencial da empresa de marketing esportiva ISL sobre supostos subornos a três membros do Comitê Executivo da Fifa, o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o camaronês Issa Hayatou. A informação vinculava um dos vice-presidentes da Fifa, o trinitino Jack Warner, com o esquema de revenda de ingressos em várias edições da Copa do Mundo.

2/12/2010
Momento do anúncio da Rússia como sede da Copa de 2018.CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS

A Rússia ganha o direito de organizar a Copa do Mundo de 2018, em segunda votação por maioria absoluta dos 22 votos do Comitê Executivo da Fifa. Na primeira rodada, a Inglaterra foi a primeira eliminada com 2 votos, ficando atrás da Holanda/Bélgica com 4, Espanha/Portugal 7 e Rússia 9. Na segunda, Holanda/Bélgica recebeu 2 votos, Espanha/Portugal 7 e Rússia 13.

Para a escolha da sede da Copa de 2022 foram feitas quatro rodadas de votos. Na primeira, a Austrália caiu eliminada, na segunda o Japão, na terceira a Coreia do Sul. Na quarta e última, o Catar venceu e alcançou a maioria absoluta com 14 votos, contra 8 dos Estados Unidos.

9/12/2010
Blatter entrega réplica da taça Fifa para o emir do Catar.MOHAMAD TOROKMAN/REUTERS

Blatter diz que Copa do Mundo no Catar é uma dívida com o mundo árabe e garante que é “uma loucura” pensar que sua concessão e a da Rússia, seja uma questão de dinheiro.

2011

10/5/2011

O ex-presidente da Federação Inglesa David Triesman denuncia na Câmara dos Comuns que os diretores da Fifa, Jack Warner, Nicolás Leoz, Ricardo Teixeira e o o tailandês Worawi Makudi, tentaram suborná-lo, em troca de votar na Inglaterra como organizador do Mundial de 2018.

29/5/2011

A Comissão de Ética suspende provisoriamente o vice-presidente Jack Warner e o catariano Mohammed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática, por possíveis violações do Código Ético da entidade, relacionadas com as eleições à presidência da Fifa daquele ano, em que Hammam foi único aspirante junto a Blatter. A comissão também investigou o vencedor do pleito, mas este não recebeu nenhuma punição.

1/6/2011

Joseph Blatter é reeleito para um quarto mandato como presidente da Fifa e propõe que, a partir daquele momento, seja o Congresso da entidade que eleja as sedes, além de propor reforço à Comissão de Ética e a criação de um Comitê para resolver denúncias de corrupção.

6/8/2011

Fifa suspende por toda a vida o catariano Mohammed Bin Hammam, por violação do Código Ético.

6/10/2011

O secretário-geral da Concacaf, o americano Chuck Blazer, anuncia que renunciará ao cargo. Blazer denunciou a possível compra de votos por Jack Warner e Mohammed Bin Hammam nas últimas eleições à presidência da Fifa.

2012

25/5/2012

A Fifa aprova, quase por unanimidade, as reformas para melhorar transparência, entre elas fortalecer sua Comissão de Ética, que passa a estar formada por um órgão de investigação e outro de decisão, e melhorar o controle interno com uma Comissão de Auditoria e Conformidade, com o jurista ítalo-suíço Domenico Scala à frente.

11/7/2012
João Havelange e Blatter durante evento do Comitê Olímpico Internacional, em 2007, na GuatemalaRoberto Escobar

A Fifa publica a documentação do caso ISL (empresa que comercializou os direitos audiovisuais de suas competições até a falência, em 2001), que confirma que João Havelange e Ricardo Teixeira receberam subornos milionários procedentes da empresa ISL. Havelange percebeu 1,5 milhão de francos suíços em 1997 e Teixeira, pelo menos, 12,74 milhões de francos suíços entre 1992 e 1997.

17/12/2012

A Fifa desabilita por toda a vida Bin Hammam, por desvio de fundos, em aplicação de seu novo Código Ético e após uma investigação da Comissão de Ética, mesmo com a renúncia do dirigente tendo sido protocolada dias antes.

2013

29/1/2013

A revista francesa France Football publica que o Catar comprou o direito de sediar a Copa de 2022 e cita, entre outros, o presidente da Associação Argentina de Futebol, Julio Grondona – morto em julho de 2014 –, Nicolás Leoz, Ricardo Teixeira e chega a relacionar o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, pelo contrato de patrocínio com companhia aérea catariana. A informação citava também uma reunião entre o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e o emir do Catar, que teve presença do presidente da Uefa, Michel Platini, membro do Comitê Executivo da Fifa, que votou a favor do Catar e admitiu isso publicamente.

23/4/2013

O presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, renuncia do cargo de membro do Comitê Executivo da Fifa e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, por motivos de saúde.

2014

1/6/2014

O jornal britânico The Sunday Times publica documentos que mostram que Mohammed Bin Hammam, fez pagamentos de US$ 5 milhões a dirigentes de futebol da África para comprar votos na eleição para sede da Copa do Mundo de 2022. Os arquivos provam a existência de dez fundos controlados pela Kemco, empresa de construção do milionário catariano, que fizeram os pagamentos e transações para as contas dos presidentes de 30 federações nacionais africanas.

3/6/2014

O jornal britânico The Daily Telegraph publica que o presidente da Uefa, Michel Platini, se reuniu com Bin Hammam antes da escolha da sede do Mundial ao Catar e almoçou no Palácio do Eliseu com o então presidente francês, Nicolas Sarkozy, o filho do Emir do Catar e o primeiro ministro do país, em novembro de 2010. Michel Platini defendeu no mesmo dia, sua “total transparência”, ao ser o único membro do Comitê Executivo da Fifa que reconheceu ter votado ao Catar. No entanto, o dirigente rejeitou ter votado sob algum tipo de pressão.

5/9/2014

O órgão de instrução da Comissão de Ética da Fifa, presidido pelo ex-promotor americano Michael J. García, fecha a investigação sobre a escolha das Copas de 2018 e 2022, com um relatório de 350 páginas e o transfere à Câmara de Decisão para esta que se pronuncie.

13/11/2014

Presidente do órgão de decisão da Comissão de Ética da Fifa, o alemão Hans-Joachim Eckert, conclui que não houve irregularidades nos processos das candidaturas, deixa em mãos do órgão de instrução a possibilidade de iniciar procedimentos individuais e utiliza o princípio de confidencialidade para não tornar público o relatório. Michael J. García anuncia que apresentará recurso perante a Comissão de Apelação da Fifa pelo fechamento da investigação.

18/11/2014

A Fifa apresenta perante a promotoria federal suíça, em Berna, uma denúncia pelo possível comportamento irregular de algumas pessoas, em relação aos processos de escolha das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

17/12/2014

Michael J. García renuncia depois que a Comissão Disciplinar rejeitou seu recurso contra o fechamento da investigação.

2015

27/5/2015
ARND WIEGMANN/REUTERS

As autoridades suíças detêm a sete dirigentes da Fifa em Zurique, por acusações de corrupção. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos torna pública uma investigação sobre organização mafiosa, fraude maciça e lavagem de dinheiro.

28/5/2015

À véspera da eleição, Blatter afirma que a Fifa vive crise "sem precedentes" e que "mais notícias ruins virão".

29/5/2015

Blatter é reeleito para seu quinto mandato na Fifa, somente após o príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein desistir do segundo turno.

30/5/2015

Blatter afirma que não teme ser preso e ataca os EUA ao dizer que a investigação que o país conduziu "não cheira bem".

31/5/2015

Michel Platini, chefe da Uefa, ameaça esvaziar o Mundial de Clubes e o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, em retaliação à eleição de Blatter para seu quinto mandato na Fifa.

1/6/2015

Segundo o The New York Times", o Departamento de Justiça dos EUA acredita que o secretário-geral Jérôme Valcke, abaixo apenas de Blatter na hierarquia da Fifa, movimentou US$ 10 milhões (R$ 32 milhões) para pagamentos de propina em 2008.

2/6/2015

Pressionado pelo maior escândalo da história do futebol, Blatter renuncia.

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