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Uma coalizão liderada por conservadores tomou posse nesta quarta-feira (20) na Grécia prometendo negociar termos mais brandos para o resgate financeiro internacional e acabando com várias semanas de incerteza que abalaram os mercados globais e ameaçaram levar o endividado país para fora da zona do euro.

O primeiro-ministro Antonis Samaras, economista formado em Harvard e líder do partido conservador Nova Democracia (ND), irá governar em parceria com o arquirrival socialista Pasok e com o pequeno partido Esquerda Democrática.

O Pasok e a ND se alternam no poder desde 1974 e haviam sido punidos pelo eleitorado em maio por sua adesão ao pacote internacional de resgate.

Nenhum partido obteve maioria naquela votação, o que levou à convocação de uma nova eleição, no domingo passado, na qual o ND obteve uma ligeira maioria sobre o partido esquerdista radical Syriza, que prometia rejeitar totalmente os termos impostos pelos credores.

"Estou totalmente ciente de como este momento é crítico para a nossa nação", disse Samaras após tomar posse, numa cerimônia conduzida por religiosos ortodoxos na mansão presidencial.

"Sei muito bem que o povo grego está ferido e precisa recuperar sua dignidade. Sei que a economia precisa se recuperar rapidamente para restabelecer a coesão e justiça sociais."

O gabinete ainda não foi nomeado, mas Vassilis Rapanos, um tecnocrata com experiência bancária ligado aos socialistas, deve assumir a pasta das Finanças.

Líderes partidários disseram que uma equipe será imediatamente formada para renegociar os termos do odiado pacote internacional de 130 bilhões de dólares, que tem como contrapartida a adoção de rigorosas medidas de austeridade.

Mas a Alemanha, principal economia da zona do euro, já disse que aceitará apenas ajustes no pacote, não a sua reformulação completa.

O líder do Pasok, Evangelos Venizelos, previu uma "grande batalha" em Bruxelas para definir um novo pacote que promova o crescimento e contenha o desemprego.

"A questão mais crítica é a formação da equipe nacional de negociação, e assegurar que ela tenha sucesso", afirmou o dirigente a jornalistas.

Tanto o Pasok quanto a Esquerda Democrática abriram mão de indicar políticos de alto escalão para o gabinete, que deve ser dominado por tecnocratas. Isso potencialmente enfraquece o compromisso desses partidos com a coalizão.

"Esse governo terá uma duração muito breve. Vai frustrar as expectativas, e seu apoio irá se desgastar rapidamente", disse o analista político independente John Loulis. "Será um governo inteiramente dirigido pela Nova Democracia; seus dois sócios minoritários já apontaram que vão escapar."

Segundo colocado na eleição, o partido Syriza prometeu na quarta-feira fazer uma oposição "combativa" em nome dos gregos que lutam contra reduções salariais, cortes nos gastos públicos e desemprego recorde.

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