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Um ano depois do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, os moradores da fronteira entre os dois territórios temem o recrudescimento da violência.

No último mês, ataques mútuos, agravados por conflitos provocados pelo grupo radical Estado Islâmico no norte do Egito, quebraram a calmaria vivida desde o fim dos combates, de 8 de julho a 26 de agosto, que deixaram mortos 2.251 palestinos e 71 israelenses.

Trauma

O psicólogo palestino Hasan Zeyada diz que o Programa Comunitário de Saúde Mental de Gaza trata 1.370 pessoas que sofrem de Transtorno de Estresse Pós-traumático desde o conflito do ano passado. Do lado israelense, o número de pessoas que buscam apoio aumentou 300% desde o conflito do ano passado.

A única certeza é que a próxima rodada do conflito, a quarta desde 2008, é questão de tempo. “É como a reprise de um filme. Minha filha já se prepara para os próximos ataques”, diz a israelense Anat Heffetz, diretora do kibutz Nirim, a 1,5 quilômetro da fronteira, que foi bombardeado com cerca de cem foguetes e morteiros de grupos armados palestinos nos 50 dias do conflito.

De agosto de 2014 a junho deste ano, a fronteira viveu um período de calma. Mas isso não impressiona o major Nir Peled, vice-comandante da Divisão Gaza do Exército de Israel. “Em 12 anos, foi a fase mais tranquila, mas sabemos que o Hamas está reconstruindo os 34 túneis subterrâneos que destruímos, além de estar treinando militantes. Tudo pode recomeçar a qualquer momento”, disse Peled na porta de um túnel, de três quilômetros, cuja saída fica no kibutz Ein Hashlosha, a 1,5 quilômetro de Gaza.

O conflito de 2014 teve como origem o assassinato de três jovens colonos na Cisjordânia pelo Hamas, em 12 de junho. A morte de um jovem palestino por judeus em Jerusalém, em 2 de julho, por vingança, levou à escalada e aos confrontos, nos quais palestinos lançaram 4.844 projéteis contra Israel e o Exército israelense causou destruição atingindo 5.263 alvos em Gaza.

Nas últimas semanas, o roteiro pareceu se repetir. Houve dois casos de esfaqueamento de soldados e quatro de disparos contra civis israelenses na Cisjordânia desde 20 de junho, com dois mortos. Em alguns casos, o Hamas assumiu a autoria dos crimes. No mesmo período, as sirenes antimísseis soaram seis vezes nas 57 comunidades israelenses da fronteira com Gaza. A cada sirene, os cerca de 60 mi moradores têm segundos para buscar abrigos.

A tensão aumentou ainda mais no dia 30 de junho, quando porta-vozes do EI disseram que o próximo alvo do grupo será o Hamas. por não ser “islâmico o suficiente”.

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