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Projetos para desafogar a BR-277 são debatidos há décadas, mas nenhum avançou das fases preliminares de estudos e projetos.
Projetos para desafogar a BR-277 são debatidos há décadas, mas nenhum avançou das fases preliminares de estudos e projetos.| Foto: Roberto Dziura Jr./AEN

Considerado o maior porto graneleiro da América Latina e o terceiro maior porto de contêineres do Brasil, o Porto de Paranaguá (PR) é um dos principais destinos para as exportações brasileiras. Em evidência nos últimos meses, em meio às novidade sobre as novas concessões rodoviárias, a necessidade de alternativas ao trajeto pela BR-277 rumo ao litoral paranaense ganha uma nova frente de defesa, agora no Legislativo.

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A rodovia segue sendo a única via de acesso para o transporte de carga que entrega a produção no Porto de Paranaguá, convivendo com problemas estruturais e limitações de tráfego. As consequências disso vão muito além de engarrafamentos, já que afeta sobremaneira o turismo e a economia local, as exportações, e claro, a segurança de motoristas e passageiros.

De acordo com o deputado federal e presidente da Comissão de Agricultura Pecuária Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Tião Medeiros (PP-PR), mesmo com as obras para a BR-277, previstas no novo contrato com o grupo vencedor da concessão, em menos de 15 anos a rodovia estará estrangulada no trecho rumo ao litoral do Paraná. "A gente sabe que vai haver a concessão, que já foi licitada, mas não é o suficiente. A gente quer iniciar os estudos, projetos de engenharia e toda a parte burocrática para que possa viabilizar um novo traçado", afirmou.

O parlamentar paranaense aponta para possibilidades de novo traçado com destino ao porto de Paranaguá - mencionadas há décadas, mas que até agora nunca evoluíram da fase de estudos preliminares. Segundo Medeiros, poderia ser investido em uma conexão até a BR-116, na ligação entre Paraná e São Paulo, ou então via BR-101, conectando Santa Catarina. E, também, uma nova descida da serra a partir de Curitiba. "Essas avaliações de engenharia e ambientais são muito demoradas, por isso a ideia é começar já, criando um roteiro de ações para que estejamos aptos a correr atrás do dinheiro e executar uma obra dessa magnitude", argumenta.

Articulação em Brasília pode somar pressão para a logística de transporte rumo ao porto de Paranaguá

A iniciativa da bancada paranaense na Câmara dos Deputados pode dar novo impulso à infraestrutura e logística de cargas. "A semente foi plantada. Vamos beneficiar a economia brasileira e a logística dos caminhões que se dirigem ao porto. É o momento de mobilizarmos as forças políticas do governo federal e estadual em prol da realização dessa obra", indicou o coordenador do colegiado, deputado federal Toninho Wandescher (PP-PR).

O parlamentar acredita que os recursos necessários para o início do projeto serão "viabilizados o mais rápido possível", mas não há definição de como ficaria a divisão para esse custo. Para ele, o assunto deve ser acompanhado de perto, já que trata-se de um "projeto planejado para daqui 15 anos".

"É um assunto de interesse nacional. O traçado é comentado há muitos anos e não sai do papel, mas é necessário que a gente comece o quanto antes. Daqui 10, 15 anos, tudo isso aqui será uma potência e a estrada é necessária. O assunto começa hoje e não deve parar até (a obra) ficar pronta", afirmou.

Reforma tributária como exemplo para fazer avançar alternativa à BR-277

Wandescher compara as discussões sobre novos traçados rumo ao porto de Paranaguá como os anos de debates sobre a reforma tributária. Na opinião do parlamentar, assim como a alteração do sistema tributário, o novo traçado será um ganho incomparável para a sociedade.

"Não se trata apenas do Paraná, o Porto de Paranaguá atende a todo o Brasil. Há muitos anos se fala em criar alternativas para o litoral paranaense, pois vamos concretizar isso. Assim como a reforma tributária foi debatida por anos e está sendo aprovada para melhorar o país, que assim seja com o futuro acesso ao litoral", espera.

Em relação aos custos, Wandescher acredita que os interessados em investir são inúmeros, dentro e fora do país. "Devemos avaliar o que virá de benefício. Nesse sentido, o custo é muito pequeno e o dinheiro sempre aparece. Investidores do mundo inteiro vão acampar essa ideia", diz ele.

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