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Segundo o livro, ex-ministro Palocci pediu que Marcelo Odebrecht apoiar candidato financeiramente a pedido de Lula| Foto: Ricardo Stuckert/PT

Prestes a completar 10 anos da operação mais emblemática contra a corrupção na história do país, o livro "Lava Jato - história dos bastidores da maior investigação anticorrupção" da escritora Ligia Maura Costa mostra outras histórias da investigação que nunca foram publicadas, por meio de entrevistas e pesquisas. Entre os casos, está a suposta interferência de Lula nas Eleições no Peru em 2011.

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Segundo Rafael Vela Barba, procurador sênior e coordenador da Procuradoria Especializada em Lavagem de Dinheiro e Crime Organizado do Peru, que foi chefe da equipe especial que investigou o envolvimento da Odebrecht no país, o ex-ministro da Fazenda no 1º mandato de Lula (2003-2007), Antonio Palocci, fez contato com Marcelo Odebrecht para que esse interviesse nas eleições peruanas, de 2011, a pedido do líder petista.

A parte documental transcrita no livro sugere que Lula queria apoiar financeiramente o candidato Ollanta Humala Tasso com uma quantia de U$S 3 milhões. Odebrecht, então, passa a se envolver nas eleições peruanas e liga para Antonio Mameri, líder empresarial da empresa Odebrecht, no Peru e afirma que "Humala deve receber esse dinheiro, porque é isso que o Lula pede".

A autora destaca que o procurador Barba tem sido atacado em seu país por conta da atuação na Lava Jato. Ela explica que o combate à corrupção é uma luta que corruptos se unem para tirar de cena quem surge para cessá-la. "Você brigou contra a corrupção, ela vai se fortalecer e vão todos os envolvidos contra você. Assim aconteceu no Brasil e assim foi no Peru".

O livro revela a forma organizada com que a empresa tratava, também, as movimentações criminosas e o conhecimento que o presidente Marcelo Odebrecht tinha das ilicitudes que ocorriam há 30 anos.

Para Ligia Maura, o presidente da Odebrecht à época da operação é um dos personagens mais sinceros da investigação. Ela conta que, logo após ele sair da prisão, conseguiu entrevistá-lo. "Perguntei se ele queria conversar, inclusive com meus alunos, e ele veio. Ele chegou a dizer que os fins não justificam os meios que você utiliza. Ter a visão do que motivou ele a fazer isso tudo foi uma experiência importante".

Questionada sobre o que ele diria hoje, ao ver a quantidade de envolvidos soltos e a tese de que os fins não justificam os meios, Ligia ponderou. "Já que está todo mundo solto, porque ele que colaborou vai ficar preso mais 17 anos? Não sou criminalista, mas não faz sentido".

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