Violência física, tortura psicológica, caminhoneiros mantidos por horas em cativeiros como reféns na mira de armas de fogo enquanto as cargas eram desviadas. Esse era o perfil da organização criminosa que atuava nas estradas do Paraná e foi alvo de uma operação policial nesta sexta-feira (1º).
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A quadrilha praticou, segundo a Polícia Civil (PCPR) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao menos 10 roubos nos últimos 4 meses, causando um prejuízo avaliado em mais de R$ 2 milhões. Bem articulado, contava com integrantes em diferentes municípios do estado, mas atuava em pontos específicos nas BRs 277 e 476 na região dos Campos Gerais paranaense.
O alvo era caminhoneiros que viajavam, principalmente, rumo ao porto de Paranaguá, por onde boa parte da produção do estado, da região Centro-Oeste do país e do Paraguai é escoada. As investigações revelaram que as vítimas eram acuadas em postos de combustíveis à beira da rodovia e, em dado momento, eram levadas para um cativeiro enquanto a carga era despejada em outros caminhões ou locais adaptados para a recepção. Um bitrem, por exemplo, pode transportar até 57 toneladas de grãos.
Foram 19 ordens judiciais cumpridas nesta sexta-feira em Curitiba, Fazenda Rio Grande e Cantagalo. Foram 6 mandados de prisão temporária, 7 de busca e apreensão e 6 e sequestro de bens. Segundo o delegado André Feltes, da Polícia Civil do Paraná, uma sétima pessoa foi presa em flagrante. Durante a operação também foi apreendido um aparelho que bloqueia o rastreador dos caminhões.
Apesar da preferência pela soja, o grupo também agia pela oportunidade, de olho em outros produtos transportados. “A maioria dos suspeitos possui passagem por roubos, inclusive de carga, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. Eles são investigados por associação criminosa, roubo circunstanciado, porte ilegal de arma de fogo e adulteração de sinal identificador de veículo automotor”, informa a polícia.
Alerta para subnotificações em casos de roubo de cargas
O chefe do Núcleo de Operações Especiais da PRF, Mark Ferreira, alerta para as subnotificações de casos de roubo de cargas, vítimas que não procuram a polícia para formalizar o crime, ou casos em que o caminhoneiro é conivente com a ação criminosa, situações que de acordo com a polícia não dizem respeito à operação deflagrada nesta sexta-feira. “Pedimos aos caminhoneiros e à população que trafega pelas rodovias para acionar o telefone de emergência 191 se notarem algo estranho”, destaca.
O PRF atenta ainda para manter a atenção sobre movimentações que possam ser consideradas diferentes em torno dos veículos que possam seguir condutores. Nesses casos, as polícias precisam ser imediatamente acionadas. “Para as paradas é importante buscar postos iluminados, bem movimentados. Existem muitos com boas estruturas e pátios seguros para o descanso”, orienta ele.
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