Órgãos que representam os mais diversos segmentos produtivos e econômicos repercutiram bem o primeiro leilão do novo modelo de pedágio paranaense, na Bolsa de Valores (B3) de São Paulo, na última sexta-feira (25). Mas também teve tom de cobrança.
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Esse lote engloba uma extensão total de 473,01 quilômetros de estradas pelo Paraná e envolve rodovias nas ligações entre Curitiba e Guarapuava (Trevo do Relógio) e Guarapuava a Ponta Grossa, além da Região Metropolitana de Curitiba. Com a oferta de desconto de 18,25% na tarifa do pedágio, o Grupo Pátria foi o vencedor do lote 1 do novo pedágio paranaense.
Procurada pela Gazeta do povo após o resultado na B3, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep/Senar) afirmou que é hora de ver uma “luz no fim do túnel em relação à retomada dos investimentos nas rodovias do Paraná” em um modelo de concessão que, segundo a instituição, ocorreu com um grande atraso se considerada a expectativa do setor produtivo. O fim do modelo passado foi em novembro de 2021 e, desde então, as cancelas estão erguidas. De consequência, a manutenção foi absorvida pelo poder público em caráter "emergencial".
“Esse leilão do lote 1 não terá efeito prático para o escoamento da próxima safra de grãos, já que a empresa vencedora assume apenas em janeiro do próximo ano, com uma tarefa hercúlea de colocar as rodovias em ordem com obras de recuperação”, alertou a Faep, que pede, diante desse cenário, que governos estadual e federal mantenham as rodovias em boas condições para facilitar e mesmo permitir o escoamento produtivo.
Confira a cobertura completa da Gazeta do Povo sobre o pedágio no Paraná.
Tarifas menores, obras e transparência ao modelo de pedágio
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) destacou que o desconto de 18,25% sobre a tarifa básica, do grupo empresarial vencedor do lote 1, atende ao anseio por tarifas justas. “A realização do leilão do primeiro lote é a consolidação de um longo processo de construção coletiva desse novo modelo de pedágios, que teve participação ativa da Fiep”, afirmou o presidente da entidade, Carlos Valter Martins Pedro, ao considerar que a Fiep defendeu que esse modelo atendesse três premissas básicas: tarifas justas, garantia de realização das obras e ampla transparência nas licitações e execução dos contratos.
A Fiep lembrou que os novos contratos foram construídos com a participação da sociedade civil organizada e os governos estadual e federal, e que apresenta garantias para a realização das obras para aprimorar a infraestrutura logística.
O gerente executivo de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, acrescentou que as novas concessões corrigem o grande desequilíbrio que marcou o modelo anterior no chamado Anel de Integração do Paraná, que, segundo ele, favoreceu as concessionárias em detrimento dos usuários das rodovias. “O novo modelo tem uma visão equilibrada, que traz a segurança jurídica para o concessionário, mas que traz também para o usuário toda a garantia de que ele vai ter as obras entregues no cronograma previsto”, explicou.
Para João Arhtur, há diversas formas de incentivar a concessionária a terminar as obras “até antes do prazo, como também, caso ela não cumpra o cronograma, de penalizá-la, seja com reduções de tarifa, seja até com a rescisão do contrato em casos extremos”. A concessionária terá de fazer um aporte de R$ 7,9 bilhões para garantia das obras.
Novo pedágio paranaense chega com redução na tarifa
A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) disse que o grupo vencedor, o Pátria, garantiu uma economia no tráfego (com o desconto de 18,25%) que vai de R$ 0,10673, chegando a R$ 0,08725 por quilômetro rodado na pista simples. “Isso representa um valor 65% menor do que a tarifa por quilômetro rodado que seria cobrada se o Anel de Integração ainda existisse (R$ 0,2543) ou 54% menor do que a última tarifa por quilômetro rodado cobrada (R$ 0,1919)”.
O presidente do Sistema Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), coronel Sérgio Malucelli, representou o setor de transporte de cargas rodoviário paranaense, durante o leilão da última semana. “Tivemos um trabalho longo nesses últimos anos. Chegamos a um momento marcante para a infraestrutura do Paraná. Sempre defendemos mais obras, tarifa justa e um processo transparente. Creio que isso é um sinal de que começamos esse processo de forma correta”, avaliou Malucelli.
O passo seguinte é evoluir com o segundo lote da concessão de rodovias no Paraná, que totaliza extensão de 600 quilômetros envolvendo as ligações entre Curitiba-Litoral, Ponta Grossa-Jaguariaíva, Jaguariaíva-Ourinhos (na divisa com São Paulo) e Ourinhos-Cornélio Procópio. O leilão está marcado para o dia 29 de setembro na B3. Os outros quatro lotes do novo pedágio paranaense devem ficar para 2024.
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