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EBC
Canal entrou no ar sete meses depois de Lula mencionar a intenção de retomar o projeto que vigorou entre 2010 e 2017.| Foto: Juca Varella/Agência Brasil

Sete meses após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionar que gostaria de criar um canal de televisão para ser transmitido em outros países, o governo lançou oficialmente na terça (26) a TV Brasil Internacional, com transmissão a 12 países e pela internet.

O canal também é gerido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e veicula programas já transmitidos na TV Brasil, mas selecionados e organizados de forma a atender às demandas dos brasileiros residentes no exterior. São quatro faixas de programação que se alternam ao longo do dia para atender aos diferentes fusos-horários da América do Sul, onde estão os países atendidos nesta primeira fase.

Jean Lima, presidente da EBC, afirmou que a TV Brasil Internacional tem um público potencial de 4,5 milhões de brasileiros vivendo no exterior  e que, segundo ele, “carecem de um noticiário com credibilidade e conteúdos de qualidade para se informar sobre o que acontece no Brasil e se conectar com o país”.

Ele afirmou, ainda, que o canal “quer ser a TV que mostra o Brasil para o mundo”. É uma afirmação semelhante à de Lula quando mencionou a intenção de criar o canal, que disse que “um país do tamanho do Brasil tem que ter uma TV internacional”.

“É preciso fazer propaganda das coisas bonitas, das coisas boas que o país tem. Temos uma culinária extraordinária, cultura, música, museus, florestas, praia de monte”, disse.

Em outra ocasião, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que Lula “se ressente” de, durante as viagens ao exterior, não encontrar conteúdo “que mostra o Brasil e divulga as coisas do Brasil”.

Ele afirmou que o presidente “tem muita vontade, desejo” de “voltar a ter um espaço de divulgação do Brasil”. Em outubro do ano passado, o então diretor-presidente da EBC, Hélio Doyle, anunciou a retomada do projeto com a criação de um grupo de trabalho para recriar o canal, que chegou a vigorar entre os anos de 2010 e 2017.

Doyle foi demitido dias depois por fazer uma postagem crítica a Israel nas redes sociais, chamando os apoiadores da nação de “idiotas”. “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”, disse se declarando como pró-Palestina após o ataque do grupo terrorista Hamas que deu início ao conflito.

O lançamento da TV Brasil Internacional ocorre também dias depois da EBC ampliar a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), com emissoras de 11 universidades estaduais e municipais. A parceria levou à integração de mais 15 canais de TV e 20 de rádio, que permite à rede contar com 117 emissoras de TV e 155 de rádio.

Conteúdos transmitidos pelo canal

Segundo informações da Agência Brasil, a primeira faixa da TV Brasil Internacional foca em conteúdos como programas de culinária e produções sobre natureza e meio ambiente, como Sabor e Afeto, Cozinha Amazônica, Meu Pedaço de Brasil e Parques do Brasil.

A segunda faixa traz informação e cultura, com programas como o telejornal Repórter Brasil, o Sem Censura e o premiado Caminhos da Reportagem.

A terceira faixa é dedicada à música, com programas como Samba na Gamboa, Canto e Sabor e Todas as Bossas. Por fim, a quarta faixa foca em turismo e viagens, explorando a diversidade regional e cultural do Brasil, com atrações como Rotas, Bem Bahia e Expedições.

Em uma segunda fase do projeto, prevista para 2024, a TV Brasil Internacional contará com produções próprias e exclusivas. O canal já está disponível gratuitamente pela internet e pelo aplicativo TV Brasil Internacional, para dispositivos Android e iOS. Além disso, será acessível por parabólica digital em 12 países da América do Sul, totalizando um potencial de alcance de 1 milhão de brasileiros.

A EBC também está negociando com operadoras de TV por assinatura para disponibilizar o canal para o público por meio desse meio, com prioridade para países de língua portuguesa e da América do Sul.

As próximas fases do projeto incluem a expansão para países da América do Norte, Europa, África e Ásia, com potencial para atingir um total de 4,5 milhões de brasileiros em 79 países pelo mundo.

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