Tem sido tema recorrente em meus textos a “marcha das minorias”, pois vejo esse fenômeno como uma eficiente tática da esquerda pós-moderna para chegar ao socialismo por outros meios além da revolução armada. A igualdade de resultados é pregada não mais com base em classes sociais, mas sim “grupos de identidade”, sendo todos vítimas do grande vilão da humanidade: o homem branco ocidental.
Nesse “império do oprimido”, expressão de Guilherme Fiuza, os “fracos” nunca tiveram tanto poder, e os “opressores” devem simplesmente se calar e aceitar a nova ditadura, por meio da histeria politicamente correta. A inquisição da patrulha faria Torquemada parecer um aprendiz. Não se curvou diante da cartilha dos “ofendidos”? Então será severamente punido para aprender a lição e não ser mais um racista preconceituoso com inclinações fascistas (como são todos que não aderiram ao progressismo).
É assim que não só cotas raciais, como cotas para diferentes “minorias” são criadas. É assim que os salários de homens e mulheres devem ser igualados, não importa a produtividade. É assim que a meritocracia morre e dá lugar a uma divisão com base nas características de identidade. É o coletivismo eliminando o indivíduo da equação. Um caso recente mostra o grau de intolerância dos “tolerantes”. Um eficiente engenheiro da Google perdeu seu emprego só por aventar a possibilidade de homens terem mais interesse e facilidade com tecnologia do que mulheres. Foi uma celeuma, e o chilique o deixou desempregado. Numa entrevista recente, James Damore desabafou sobre o ambiente no trabalho:
“Há uma crença popular de que os conservadores são maus e burros. É uma crença perversa em que tantas pessoas nesse meio acreditam. Então, os conservadores precisam ficar no armário e disfarçar quem eles são de verdade. É um ambiente horrível. De muitas maneiras, é como ser gay nos anos 1950”.
Para quem acompanha mais de perto isso tudo, não há surpresa aqui. É exatamente assim em Hollywood, no Vale do Silício ou no “Projaquistão”, como Alexandre Borges chama o meio global dos artistas engajados. Nesse ambiente, um casal de um homem que virou mulher e uma mulher que virou homem tendo um filho com “gênero fluido” é a coisa mais normal do mundo, mas um simpatizante de Trump é uma aberração, um doente mental.
Tudo para essa turma afetada é “microagressão” hoje em dia. O discurso de ódio vem sempre dos outros, mas esse pessoal não percebe o quão odiento e preconceituoso seu próprio discurso costuma ser. Na bolha progressista, o homem branco cristão conservador pode ser execrado que está tudo bem. Mas o povo se identifica mais com esse perfil do que com o do próprio “progressista”. É por isso que quem desafiar essa patota terá boas chances de vitória nas eleições.
Originalmente publicado pela revista IstoÉ
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