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Coutinho nas amarelas da Veja: um conservador contra as utopias e o estado-babá
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Excelente a entrevista nas páginas amarelas de Veja desta semana com João Pereira Coutinho. Duda Teixeira conseguiu extrair do entrevistado um ótimo resumo de qual a postura típica de um conservador “de boa estirpe”, aquela da linhagem britânica pela qual tenho profundo respeito e apreço.

Na primeira resposta, Coutinho reage com humor ao preconceito tão difundido contra o conservadorismo em nosso país:

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E como não rir (para não chorar) dessa situação pitoresca, em que um comunista ainda pode se dizer comunista sem problemas, mesmo após tudo o que o comunismo fez, mas um conservador anda esgueirado pelos cantos, olhar atento, como se tivesse acabado de matar um pobre inocente em praça pública?

O conservador é, antes de tudo, um cético quando se trata da natureza humana. Condena a ideia de perfectibilidade de nossa espécie, e desconfia de todas as utopias redentoras. Justamente por saber que “somos todos macacos”, entende que o político também é um “macaco” e que, portanto, precisa ter o poder bastante limitado.

Coutinho chama a atenção para a esquizofrenia do povo brasileiro ao considerar a classe política em geral corrupta, enquanto defende mais estado como solução para todos os problemas, como se o estado fosse administrado por seres celestiais, e não pelos próprios políticos. Sobre nossa “presidenta” e o autoritarismo em geral, coloca o dedo na ferida ao constatar ser um caso de narcisismo infantil:

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Um conservador compreende que do “pau torto” de que somos feitos, nada perfeito pode sair. Essa premissa é suficiente para enterrar muita ideologia com a pretensão de substituir as religiões, com a oferta de um paraíso terrestre. O que nos remete ao escandaloso estado-babá atual que temos mundo afora, com a promessa de cuidar de cada um de nós do berço ao túmulo. Diz Coutinho:

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Para lutar contra as utopias, o estado-babá gigante, as revoluções narcisistas, o infantilismo moderno, nada como um bom e velho (ou tradicional) conservadorismo. Infelizmente, vários brasileiros escutam o termo e pensam logo em Sarney, regime militar ou Bolsonaro. Aí complica…

Rodrigo Constantino

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