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Lula, o maior algoz do país, é a eterna vítima para milhões de alienados
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A extrema-esquerda brasileira não sobrevive sem Lula, ao menos não no curto prazo. Não foi capaz de se reinventar, de criar substitutos, alternativas, um plano B. Sejamos francos: por seu culto à personalidade, pela típica mentalidade brasileira que busca um “paizão”, e pelo populismo vitaminado do petista e alimentado pelos “intelectuais” por décadas, o fato é que Lula ficou maior do que a esquerda.

Por mais que essa dependência incomode muita gente, a turma abaixa a cabeça por puro pragmatismo: o ladrão condenado ainda é sua maior chance de voltar ao poder e, com isso, distribuir benesses estatais, ou seja, espalhar a pilhagem entre seus comparsas. De olhos rútilos voltados a esse apetitoso butim, o pessoal engole o amargo e adere ao coro: Lula, Lula!

O bandido, claro, regozija-se, aproveita-se da situação, aproveitador que sempre foi. Sabe que, para ele também, a candidatura é a única forma de fugir da Justiça, de tentar se blindar com a narrativa de perseguido político. Para a esquerda, só a narrativa importa, e ela é poderosa. Lula, apesar dos milhões todos no banco, é o operário pobre que as elites querem destruir para preservar o sistema de injustiças, a “casa-grande”. Há quem caia na ladainha. Há idiota para tudo!

Leandro Narloch acredita que Lula não quer ser candidato. Subestima, em minha opinião, tanto a sede de poder do próprio, como a necessidade que milhões de boquinhas têm de sua vitória, justamente para preservar as tetas estatais. Em seu raciocínio, resumido no trecho abaixo, Narloch demonstra desconhecer o grau de psicopatia dos socialistas, e ignora, por exemplo, que Maduro vive exatamente assim na Venezuela, e nem por isso quer abrir mão do poder:

Se ganhar, pior ainda. Todos os holofotes se virarão para seus escândalos e os do seu partido, que já é uma terra arrasada de presos, processados e acusados de corrupção. Lula viverá mais quatro anos do inferno de demandas populares, crise econômica e delações da Lava Jato. Será uma figura apagada e envergonhada em conferências internacionais. Com pouca força no Congresso, correrá o risco enfrentar processo de um impeachment como Dilma. Não: Lula não quer se candidatar e muito menos ganhar a eleição.

O grande erro que muitos cometem é analisar o PT como se fosse outro partido qualquer, usar a nossa lógica para imaginar os passos dos petistas. Essa gente não é igual ao restante. Tem em seu DNA o totalitarismo, está disposta a tudo pelo poder, e não mede esforços para preservar seus privilégios. Imaginar que fazem cálculos como os outros, que possuem ambições parecidas, é um grave erro de análise.

Um erro que Carlos Andreazza não comete. Eu sua coluna de hoje, o editor da Record resume justamente o cálculo de Lula, o que está em jogo para ele e para seus dependentes da extrema-esquerda, e alerta: o sujeito ainda tem boas chances de vencer sim, e no segundo turno já está. Não se enganem com a derrota municipal do PT, pois Lula é maior do que o PT, é guru de seita, tem o carisma, conta com a alienação dos que só conseguem enxergá-lo como eterna vítima, ainda que seja o maior algoz do país. Diz Andreazza:

Imposta como presidente petista por Lula, Gleisi Hoffmann é símbolo representativo do cadáver em que se putrifica o PT. Há quem relacione o grau a mais no tom de histeria da senadora — confundido com ascensão política — à definição de que seria ela o plano B do partido caso Lula não possa disputar a eleição. Trata-se novamente de grave erro de leitura, decorrente da compreensão de que o PT teria existência sem ele. Não teria. Não há plano B.

O próprio protagonismo de Gleisi é ilustrativo do processo acelerado de autodestruição a que Lula submete o PT para sobreviver individualmente e, com sorte, reencaixar seu projeto de poder — o partido desmorona enquanto seus escombros lhe servem de plataforma ao derradeiro comício. Nessa ruína, sim, Gleisi foi a escolhida. Não como alternativa presidencial. Mas como boi de piranha — agente detonadora da radicalização do discurso petista.

Mero utensílio tático, a senadora verbaliza a estratégia traçada pelo ex-presidente. Enquanto ele viaja Brasil adentro se vitimizando profissionalmente e se apregoando como candidato suprapartidário da esquerda, ao partido cabe se atirar ao precipício do ataque raivoso, cuspir fogo na gasolina esquerdista, reinventar a tal elite opressora, disparar contra a imprensa e, sobretudo, centrar munição em Sergio Moro. Tudo para robustecer as circunstâncias necessárias a uma campanha eleitoral como jamais houve, judicializada, a ser esgrimida nos tribunais pelo senso de oportunismo lulista — o ambiente incerto, institucionalmente miserável, em que um tipo como Lula cresce.

O PT afunda, como escada na lama, para que ele, acima de partidos, suba.

Essa é a leitura correta, em minha opinião. Tudo arquitetado, tudo ensaiado, tudo planejado. E para que Lula possa voltar ao “trono” e, de lá, dar continuidade ao projeto totalitário de poder dos comunistas, do reizinho populista, mirando no exemplo venezuelano. Quem ainda não entendeu o que é o PT, mesmo depois de tanto tempo e tantas provas, deveria abandonar a área de análise política e focar em outra coisa qualquer.

Pergunta: quantos petistas aceitariam ou gostariam que o Brasil fosse exatamente como a Venezuela hoje, se esse fosse o preço a pagar para eles estarem novamente no poder, no comando? Quem responde que são poucos não conhece o PT, não entendeu nada. Os petistas, em sua imensa maioria, trocariam a realidade atual do Brasil pela da Venezuela num piscar de olhos, se com isso voltassem ao poder. Destrói-se o Brasil de vez, mas ao menos a quadrilha estaria no comando. Cuba não foi sempre uma inspiração?

O Estadão, em seu editorial desta segunda, falou sobre a miséria da esquerda, apontando justamente para a dependência que tem de Lula, e só erra quando diz que o ex-presidente não é de esquerda, e sim um oportunista. Ora, como se fossem opostos! Lula é um oportunista de esquerda, e essa esquerda radical toda é oportunista também.

Por isso o casamento dá tão certo. Por isso alguns “concorrentes” pensam em se destacar, sair da sombra de Lula, e este logo os coloca em seus devidos lugares, lembrando quem manda, quem tem… os votos. Não é João Pedro Stédile, muito menos Guilherme Boulos. Não é, certamente, Tarso Genro, menos ainda sua filha. E não é Ciro Gomes, que além de ruim de voto, não é petista, apenas oportunista (esse sim). Logo, a patota depende de Lula, e ele sabe disso. E a gangue aceita calada suas imposições, mesmo que isso signifique sua possível morte a longo prazo, como argumenta o jornal:

Diante da perspectiva muito concreta de passar os próximos anos na cadeia, Lula da Silva parece ter intuído que o melhor a fazer no momento é travestir-se de esquerdista, vociferando palavras de ordem contra o capital, a imprensa e a classe média, de modo a eletrizar os tolos que ainda se dispõem a defendê-lo, a despeito de todas as evidências. Sua intenção é óbvia: transformar seu julgamento em um caso político, como se sua condenação judicial, acompanhada de carradas de provas, fosse uma ação da “direita”, interessada em destruir as chances eleitorais da “esquerda”.

Essa encenação para engambelar esquerdistas bocós conta com a participação ativa da cúpula do PT, ciente, é claro, do risco de ver o partido encolher drasticamente nas próximas eleições caso Lula não possa concorrer. No mais recente encontro do Foro de São Paulo – o notório convescote de partidos esquerdistas da América Latina que acabam de se reunir em Manágua -, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse que “a direita reacionária e golpista não descansa” em seu intento de “destruir o PT e impedir que o maior líder popular brasileiro, Lula, seja nosso candidato nas eleições presidenciais de 2018”. Segundo a petista, “mais do que nunca necessitamos de um governo de esquerda de volta ao nosso país”. No mesmo discurso, sem ruborizar, a senadora aproveitou para se solidarizar com as ditaduras da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua.

A estratégia petista de vincular o destino de Lula ao da esquerda – não só brasileira, mas latino-americana – parece estar funcionando bem, a julgar pelo lamento dos esquerdistas que já se consideram órfãos do chefão petista. Isso só comprova a miséria do pensamento dito “progressista” no País. Afinal, se essa esquerda, para existir, depende de um rematado demagogo condenado por corrupção, então é mesmo o caso de considerá-la moralmente extinta.

E alguém ainda duvida de que a extrema-esquerda está moralmente exinta? O problema é que a moral nunca importou para essa turma. Só o poder importa. E eis a questão: será que esses dinossauros estão politicamente extintos? A resposta é: enquanto Lula existir como seu líder, não. E é por isso que não devemos jamais subestimar a jararaca.

Rodrigo Constantino

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