• Carregando...
Morre Aleksander Laks, judeu sobrevivente dos campos de concentração nazistas
| Foto:

Do Portal Menorah, de Victor Grinbaum:

Morreu na tarde desta terça-feira, aos 87 anos, Aleksander Henryk Laks, presidente da Associação Brasileira dos Israelitas Sobreviventes do Holocausto. Ele estava internado desde o dia 4 de julho no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, tratando de uma infecção pulmonar.

Nascido em Lodz, na Polônia, em 1926, ele atravessou todo período da Segunda Guerra Mundial como prisioneiro dos nazistas. O relato de sua passagem por cinco campos de extermínio, até sua libertação, em 1945, virou um livro, em parceria com a escritora Tova Sender.

Como palestrante, Aleksander Laks ajudou a conscientizar milhares de pessoas — em especial estudantes — da história do Holocausto e do poder da superação.

É com tristeza que recebo a notícia. Tive a oportunidade de conhecer Laks durante uma palestra que fiz na CIB, e me pareceu, de imediato, um senhor extremamente simpático, que transmite paz e harmonia apesar de tudo que já passou na vida. Poderia ser ressentido, vingativo, rancoroso, mas não era nada disso. Transmitia para as pessoas aquilo que os judeus, em suas tradições culturais, têm de mais impressionante e fantástico: a capacidade de superação!

Como singela homenagem a ele, segue o link para o texto que escrevi após nosso breve encontro, um alerta necessário num mundo sob crescente judeofobia. Eis um trecho:

Tive a honra de conhecer no evento Aleksander Henryk Laks, presidente da Associação Brasileira dos Israelitas Sobreviventes da Perseguição Nazista. Um senhor simpático que passou, quando criança, pelos campos de concentração nazistas. Simboliza aquilo que melhor define, em minha opinião, a história do povo judeu: a superação. Apesar dos obstáculos, das perseguições, do preconceito, é um povo que, em geral, olha para frente e deseja avançar.

Mas não podem fazer isso sem a ajuda dos demais, sem a colaboração das pessoas decentes das outras religiões ou povos, pois são uma minoria minúscula. O silêncio dos bons é inadmissível perante o ataque dos maus.

Se não queremos ter uma nova Anne Frank, se não desejamos que ninguém mais sofra perseguições injustas apenas por ser de uma minoria, então é hora de agir, de defender seus direitos com coragem. A covardia poderá destruir a todos nós, defensores da justiça e da liberdade.

As últimas testemunhas oculares do Holocausto estão indo embora desse mundo, mas é nossa obrigação, em respeito a todas as vítimas do nazismo, não deixar sua memória se apagar. O “povo do livro” tem esse hábito, e ele é louvável. A palavra: ela tem o poder de manter viva as lembranças, as histórias, para que jamais esqueçamos. “Aquele que não se lembra do passado está condenado a repeti-lo”, disse George Santayana. Não vamos esquecer. Jamais!

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]