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Os “anti-comunistas” que ainda não abandonaram a utopia
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Há um tipo de “crítico” do comunismo que considero extremamente perigoso. Falo daqueles que “condenam” os regimes comunistas, vistos como exemplos do “socialismo real”, mas porque teriam sido desvirtuados, desviados de sua essência, de sua verdadeira proposta.

Eles não abandonaram a utopia e não entendem que as consequências nefastas foram resultado inexorável das premissas adotadas. Eles acham que o comunismo é uma boa ideia que foi colocada em prática pelas pessoas erradas. Nada mais falso!

Vejam o caso do escritor cubano Leonardo Padura. Por fazer algumas críticas ao regime de Fidel Castro, ele ganhou a fama de independente. Mas há total independência para um escritor cubano? Ao ler sua coluna de hoje, percebemos que ele lamenta apenas os “desvios” da revolução bolchevique, não sua essência:

Porque aquele sonho utópico de fundar a mais democrática, livre e igualitária das sociedades se frustrou em muito pouco tempo. As condições da história e o caráter dos homens se conjugaram para que o poder dos sovietes e a ditadura do proletariado nascidos naquele 7 de novembro se convertessem na ditadura criminosa de Josef Stálin e sua polícia política e, é claro, na mais dolorosa perversão do velho e necessário anseio social da humanidade e no calvário que acabaria com a vida do homem que tinha anunciado em São Petersburgo o nascimento de uma nova era.

E a perversão do sonho foi tão radical, tão devastadora e criminal que hoje a alvorada de outubro de 1917 não passa de uma comemoração nostálgica de algo que poderia ter sido e não foi, enquanto a lembrança da glória de Trótski é apenas a convicção, para seus seguidores, de que ainda é preciso sonhar com a utopia de um mundo melhor.

Ora, quem fala que o problema na União Soviética foi Stalin apenas está mentindo! Lenin já era um psicopata e foi responsável pela morte direta de milhões de pessoas. Mataram mais em 4 meses de revolução do que o regime czarista em décadas! Lenin queria a guerra civil, queria exterminar os pequenos proprietários, era um sanguinário maluco e mandou executar toda a família do Czar de forma fria e implacável.

Quem acha que Trotsky faria diferente também não entendeu absolutamente nada! O comunista foi transformado em vítima pois foi assassinado pelos homens de Stalin, mas era disputa de território pelo mesmo tipo de alma abjeta. Se fosse Trotsky no poder, haveria sangue da mesma forma, assim como miséria e escravidão. Como aconteceu em todos os experimentos comunistas. Coincidência?

Claro que não! Mas os “moderados” que “criticam” os “excessos” do “socialismo real” não querem largar o osso, abandonar o sonho, a utopia assassina. Para eles, se ao menos aquela ideia “linda” de “igualdade” fosse colocada em prática por pessoas melhores, tudo seria maravilhoso. É muita cegueira ideológica mesmo, não perceber que o mal está na ideologia igualitária, não em sua execução.

O “sonho igualitário”, que de democrático nunca teve nada, simplesmente não combina com a natureza humana. Por isso essa gente quer criar o “novo homem”, um sujeito “abnegado”, “altruísta”, que não tenha ganância alguma e coloque o coletivo acima de seus interesses sempre. Não entendem que forçando a transformação do homem numa abelha eles sempre vão causar morte e escravidão, além de miséria.

Rodrigo Constantino

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