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Quem semeia vento colhe tempestade
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Em sua coluna de hoje na Folha, Reinaldo Azevedo toca em um ponto crucial para o debate nacional: parte da elite, especialmente na imprensa, flerta com o caos ao abraçar visões de mundo revolucionárias submarxistas. Sua defesa da bandidagem como expressão legítima da luta dos oprimidos é irresponsável e muito perigosa.

Dezenas de ônibus queimados, vândalos mascarados quebrando coisas, rolezeiros invadindo shopping center sem respeitar os demais, e tudo isso justificado por parcela da imprensa como se fossem instrumentos aceitáveis de “expressão” e revolta, parte do caminho libertador das massas. Não são!

Reinaldo Azevedo é um dos poucos que sai em defesa da polícia, do papel básico do estado de garantir a lei e a ordem. Claro que isso não é o mesmo que fechar os olhos para abusos, que devem sempre ser condenados. Mas o ponto é que muitos jornalistas e colunistas passaram a tomar o partido dos marginais, e isso é absurdo!

Diz o “rotweiller reacionário”:

O espírito do tempo tem peso determinante na história. São os poderes instituídos e as matrizes influentes de valores –onde estão a imprensa e a indústria cultural– que definem a recompensa e a punição aos comportamentos desejáveis ou indesejáveis. Se essas instâncias flertam com a desordem, esta passa a ser encarada como um instrumento eficaz de luta. Se a violência é recompensada com o reconhecimento da legitimidade da “causa”, já se tem erigida uma moral. Aí a vaca vai para o brejo.

Exato. Ao glamourizar baderneiros, ao enaltecer marginais, ao suavizar os atos bárbaros de desordeiros, essa parcela da imprensa joga fagulhas em um paiol de pólvora. É uma atitude totalmente irresponsável, ou mais, eu diria: criminosa, cúmplice dos que semeiam o niilismo destruidor. Reinaldo Azevedo chama seus pares à responsabilidade, lembrando do papel das elites no curso da história:

A história não é moral, mas nós somos seres morais. Falaremos em nome de quais valores? A democracia é um regime legitimado pela maioria, mas sustentado, nos seus fundamentos –muito especialmente a proteção às minorias–, por elites de pensamento capazes de fazer escolhas que transcendem seus próprios interesses. É nesse lugar que está a imprensa. Não, meus caros! Os pobres não herdarão o Reino da Terra. Quais serão, então, as nossas escolhas?

Deixo a pergunta no ar: quais serão as nossas escolhas? Lembrem-se de que quem semeia vento colhe tempestade. O clima de anomia e desordem já está chegando a patamares bem alarmantes. Que a elite formadora de opinião tenha noção de seu papel histórico e de seu dever moral para com o povo, principalmente a maioria formada por cidadãos que respeitam a ordem.

Rodrigo Constantino

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