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Uma homenagem ao riso e uma dica de leitura
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Já que hoje é sexta-feira, e estamos todos saturados de tragédias anunciadas na Venezuela e na Ucrânia, ou das peripécias de nosso governo petista, creio ser de bom alvitre recomendar uma leitura leve, deliciosa e inteligente a todos que aqui me acompanham.

Falo de Então tá, Jeeves, de P.G. Wodehouse, craque do refinado e inigualável humor britânico. Não esperem gargalhadas, dores de barriga, nada disso. É humor para gente grande. As trapalhadas do Sr. Wooster são cômicas, a agilidade da escrita é impressionante, e claro, o personagem do mordomo Jeeves é verdadeira obra de arte.

Sempre discreto e contido, como um típico lorde inglês, o mordomo possui uma mente perspicaz e aguçada, é o mais inteligente e educado de todos os personagens. Entra em ação apenas quando solicitado, para salvar o patrão de suas enrascadas. É prazer garantido – ou seu dinheiro de volta!

Meu amigo Bruno Garshagen, fã de carteirinha de Wodehouse, escreveu em seu blog uma longa resenha à época do lançamento do livro traduzido no Brasil. Conta muito da vida do autor também. E resume muito bem o efeito que Wodehouse produz no leitor:

Nada de gargalhadas insanas e embriagantes. Wodehouse nos solicita gentilmente um sorriso que nos escapa pelo cantinho esquerdo da boca depois de reverberar desatinado pelo plexo solar.

Creio que isso vai ao encontro do que Henri Bergson sustentava sobre o riso:

Que o leitor agora se afaste, assistindo à vida como espectador indiferente: muitos dramas se transformam em comédia. […] Portanto, para produzir efeito pleno, a comicidade exige enfim algo como uma anestesia momentânea do coração. Ela se dirige à inteligência pura. 

Wodehouse fala à nossa inteligência. É por isso que recomendo aos meus leitores seus livros. Também estarei na companhia de um deles, mais uma história das confusões de Wooster e Jeeves, neste fim de semana. Boa leitura a todos!

PS: Aos que não querem rir de situações inteligentes e divertidas, usando o cérebro, mas sim gargalhar com um “humor” mais visceral, recomendo algum vídeo do Porta dos Fundos mesmo. Cada um com suas preferências…

Rodrigo Constantino

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