O post sobre o valor de uma peça de carro cinco vezes maior no Brasil do que no site da eBay, sendo que a peça era produzida no Brasil mesmo, “bombou”, e já teve mais de 35 mil views. Algumas pessoas, todavia, interpretaram de forma equivocada a moral da história: elas acham que faltou o governo proteger mais os consumidores brasileiros. Ou seja, querem mais intervenção ainda!
Essa, sem dúvida, não é a receita para o problema. As coisas no Brasil são mais caras por vários motivos, mas os principais dizem respeito aos próprios obstáculos criados pelo governo. A começar pelos enormes impostos. Mas há, ainda, a burocracia absurda, as infindáveis normas e regras, a dificuldade de se importar produtos concorrentes, as barreiras para abrir negócios aqui etc.
Quem culpa as empresas, a ganância dos empresários, a sede por mais lucro, está errando o alvo. Nenhum empresário fica mais ganancioso quando atravessa a fronteira. E temos multinacionais atuando aqui. O próprio caso citado envolvia a Volvo e a Bosch, ambas empresas estrangeiras. No entanto, os produtos são bem mais baratos nos Estados Unidos ou mesmo no Chile.
Bancos estrangeiros também atuando no país, como Santander, Citi e HSBC. Alguém acredita que eles ficam mais gananciosos por causa do sol tropical, e por isso cobram juros aqui maiores do que nos outros países? Absurdo, não? Pois é exatamente o que pensam aqueles que condenam as empresas, e não o governo.
Enfim, seguindo a toada de mostrar casos concretos de absurda discrepância entre preços que pagamos e que os gringos pagam, lembrando ainda que eles são mais ricos (ou seja, a diferença é bem mais gritante quando ajustada para o poder aquisitivo), vamos ver um exemplo ligado à saúde, para não dar margem aos esquerdistas que condenaram o consumismo e o luxo no caso do Volvo.
Trata-se do Centrum, aquele complemento de vitaminas que todos conhecem graças ao Luciano Huck na TV. O brasileiro que precisa consumir o remédio diariamente está frito, se comparado ao americano. Vejam a escandalosa diferença de preço:
No primeiro caso, temos a venda pela eBay, sendo que estamos falando de 365 tabletes. Custa menos de US$ 24, ou algo como R$ 55 (depende da taxa de câmbio do dia). Já no Brasil, pela Ultrafarma, o Centrum sai pela bagatela de R$ 100 (arredondei para baixo), só que para apenas 130 comprimidos! Ajustando pela quantidade, temos que, surpresa!, o valor pago pelos brasileiros é cinco vezes maior!
Isso sem falar, repito, que a renda média dos americanos é bem maior. Algo como quatro vezes maior, pelo menos. Ajustando pela renda, portanto, temos que o brasileiro que consome o Centrum precisa desembolsar, todo mês, alguma coisa como vinte vezes mais do que um americano. Brasileiro é ou não otário?
Acuado por recorde de queimadas, Lula transfere a culpa e pode abrir nova crise com o agro
Ricos na mira: como os governos pretendem aumentar a taxação da alta renda
Censura nas redes sociais de Pablo Marçal pode afetar eleições em todo o Brasil? Assista ao Fora dos Autos
Senado votará projeto para amenizar decreto antiarmas de Lula após governistas quebrarem acordo
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião