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Ala “Sobrevivendo ao Inferno” tinha policiais da Tropa de Choque caracterizados como demônios
Ala “Sobrevivendo ao Inferno” tinha policiais da Tropa de Choque caracterizados como demônios| Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) apresentou uma notícia-crime contra o presidente da escola de samba Vai-Vai, Clarício Gonçalves, nesta quinta-feira (15), por causa do desfile com fantasias que “demonizavam” os policias militares, realizado no último final de semana. A denúncia foi feita ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

Além disso, o parlamentar solicitou a convocação do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, que desfilou na Vai-Vai, para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados. "É mais uma demonstração da preferência do governo Lula pelo crime organizado e que precisa ser explicado”, afirmou Bilynskyj.

"Fantasiar policiais como demônios, associando-os a características negativas, pode perpetuar estereótipos prejudiciais e desvalorizar a importância de seu papel na sociedade".

Paulo Bilynskyj (PL-SP), deputado federal.

O parlamentar ainda lembra das investigações que apuram a ligação entre a escola de samba e o Primeiro Comando da Capital (PCC). "Tramita sob sigilo na Justiça de São Paulo um processo que investiga a suposta ligação da Vai-Vai com o PCC. Um dos investigados é o ex-diretor financeiro e atual conselheiro da agremiação, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barroso. A informação é que ele emprestou R$ 300 mil à agremiação para o carnaval de 2022. Nesse sentido, requer que seja instaurado Procedimento Investigatório Criminal para apurar a ligação entre a referida escola de samba e a facção PCC”, diz o documento.

Ministro alega vínculo familiar com Vai-Vai

O ministro Silvio Almeida justificou em seu perfil no X (antigo Twitter) que o avô foi um dos fundadores da Vai-Vai e afirmou que a escola de samba faz parte da história familiar e o moldou como ser humano.

“Meu avô paterno - o Lorito - foi um dos fundadores da Vai-Vai e um de seus primeiros diretores. É a escola de samba que faz parte da história da minha família e que é uma das mais vigorosas manifestações da cultura negra da cidade de São Paulo. Este ano Vai-Vai homenageou a cultura Hip Hop, cuja importância para a minha formação eu já mencionei outras vezes. Sem as escolas de samba e tudo o que o Brasil me deu, eu não seria quem sou: o cidadão, o advogado, o professor, o Ministro do Presidente Lula. Vovô, estarei hoje na Sapucaí com o senhor no meu coração”, afirmou o ministro no X.

A reportagem entrou em contato com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania solicitando esclarecimentos sobre a participação do chefe da pasta no desfile da Vai-Vai, mas até o momento não obteve retorno. Almeida também participou do desfile da Portela no Rio de Janeiro.

Frente Parlamentar da Segurança Pública na Câmara repudia desfile

A Frente Parlamentar da Segurança Pública na Câmara dos Deputados também condena o desfile da escola de samba Vai-Vai. “Não bastasse o mal gosto da suposta fantasia escolhida, fica evidente o objetivo de desacreditar e promover o ódio contra o trabalho policial, apesar dos desmentidos da direção da escola, pois se apontou os policiais militares como encarnação do mal. O passado recente da Vai-Vai, como consta de cobertura midiática, estaria vinculado à organização criminosa PCC, dedicada ao narcotráfico, a sequestros, a roubos e a homicídios”, diz a nota assinada pelo presidente da Frente Parlamentar, deputado federal Alberto Fraga (PL-DF).

O documento também condena o recebimento de verba pública por parte da Vai-Vai. “A escola se vale, entre outros recursos, afora o empréstimo atribuído ao PCC, de recursos públicos estaduais e municipais. Por exemplo, também segundo reportagens, a Vai Vai foi autorizada, em julho de 2023, pelo Ministério da Cultura, a captar mais de R$ 2 milhões de reais para o desfile de 2024, verba que a agremiação disse não ter usado, tendo sido prorrogado o prazo para abril deste ano. É lícito exigir que associações – e a Vai-Vai é uma espécie – que recebam verbas públicas devam se abster de incentivar o ódio contra policiais, pessoas, raças e nações. No caso, de forma lamentável e que repudiamos, a afronta, a humilhação e a tentativa de personificar policiais como demônios somente interessa àqueles que, como se suspeita, emprestaram dinheiro para a Vai-Vai”, conclui a nota.

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