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Curitiba pode ser até mais chuvosa do que os institutos de pesquisa são capazes de medir | Marco Andre Lima / Agencia de Notícias Gazeta do Povo
Curitiba pode ser até mais chuvosa do que os institutos de pesquisa são capazes de medir| Foto: Marco Andre Lima / Agencia de Notícias Gazeta do Povo

Um levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) colocou em números o que as mais de 3 milhões de pessoas que vivem na região de Curitiba já sabem: aqui chove muito e quase sempre. De dezembro de 2010 a novembro deste ano, foi registrada ocorrência de chuva em 183 dias dos 365 ao longo dos 12 meses. Em outros 182 dias o tempo ficou nublado ou com sol na capital paranaense. Na prática, isso significa que a cada dois dias, um teve chuva, em média.

As pesquisas meteorológicas não contabilizam separados os dias nublados dos dias com sol, por isso, é possível apenas detalhar se houve chuva ou não. Os dados do Instituto Tecnológico Simepar são um pouco mais animadores para quem gosta do céu aberto e do sol. Segundo informações do Simepar, houve chuva em 165 dias entre dezembro do ano passado e novembro de 2011.

Pode até parecer que os levantamentos tratam de cidades diferentes, mas a explicação é a forma da metodologia de coleta dos dados. O Simepar considera como chuva apenas quando cai mais de 0,2 milímetros de água por metro quadrado. Com isso, chuviscos tão característicos da cidade podem não ter sido contabilizados.

O meteorologista Lizandro Jacobsen, do Simepar, alerta para outra dificuldade de precisar a quantidade de dias chuvosos. As estações meteorológicas do Simepar e do Inmet estão separadas por poucos metros, ambas dentro do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, no bairro Jardim das Américas em Curitiba. Por isso, durante o verão algumas pancadas de chuva localizadas podem não ter sido registradas. Por exemplo, se houve uma pancada de chuva em Santa Felicidade ela não será registrada pelos equipamentos no Jardim das Américas, do outro lado da cidade.

Em resumo, Curitiba pode ser até mais chuvosa do que os institutos de pesquisa são capazes de medir.

Veranico

Jacobsen disse que uma das características do último outono foi um longo período de "veranico" em maio, diferente do registrado nos outros meses do ano. Naquele mês, foi registrada ocorrência de chuva em apenas quatro dias dos 31, segundo a medição do Simepar. A cidade chegou a ficar 21 sem chuva entre 17 de maio e 6 de junho. "O ‘veranico’ é um bloqueio atmosférico que se forma e impede que as frentes frias atinjam o estado. Elas se deslocam para o oceano."

Em consequência, o volume de chuva no mês de maio foi bem abaixo da média. Enquanto em tempos normais o Simepar registra cerca de 100 milímetros de chuva, no último mês de maio caiu apenas 30 milímetros de água na cidade.

O meteorologista destaca que a segunda metade do inverno (julho e agosto) foi até um pouco mais chuvosa do que a média de anos anteriores, sem deixar de fazer frio, como é comum para esta época do ano. Nos dias 31 de julho e 1º de agosto choveu, respectivamente, 63,8 milímetros e 91,4 milímetros.

Verão de 2012

Para esta estação, o meteorologista prevê chuvas mais fortes do que o verão passado, e com menos dias registrando a ocorrência de chuvas. Segundo Jacobsen, desde novembro a quantidade de dias com chuva vem diminuindo, mas a média de precipitação não deve cair. Isso significa que choverá mais em um curto espaço de tempo. "O risco de temporais fica um pouco maior em 2012. Qualquer umidade que entre na região irá se transformar em uma pancada forte." A irregularidade da chuva deve favorecer o turismo e o lazer no litoral, mas prejudicar a agricultura, que precisa de chuvas mais frequentes ao longo do desenvolvimento da safra.

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