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Em todo o Brasil, o uso do termo “gênero” nos planos estaduais e municipais de educação foi criticado pela bancada com perfil religioso. “Houve uma distorção muito grande, com deputada dizendo por aí que o plano iria acabar com a divisão de banheiro. Um absurdo tão grande que não tem nem como comentar”, desabafa Fabiana Campos, da Secretaria da Educação do Paraná (Seed).

“Quando nós educadores falamos de gênero, queremos proporcionar condições iguais para que meninos e meninas se desenvolvam no âmbito escolar. Por exemplo, romper com barreiras que mantém as meninas longe dos cursos de engenharias.” Segundo ela, para formar cidadãos, é preciso ter conteúdo escolar mostrando a importância do respeito às diferenças. “Por exemplo, se no Atletiba a torcida do time que perdeu se acha no direito de vandalizar, é porque não aprendeu a respeitar o diferente. Isso precisa ser abordado na escola.”

A violência contra mulher e contra homossexuais também precisa ser debatida em sala de aula, diz Toni Reis, educador e ativista de direitos humanos. “O Paraná é um dos estados em que há mais mortes de mulheres e de impunidade em mortes de LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros]. É uma questão de cidadania tratar disso em sala de aula. Ninguém quer destruir a família de ninguém, muito pelo contrário,” afirma Reis.

Mesmo que o termo “gênero” seja retirado do Plano Estadual de Educação (PEE) – tal como ocorreu em outros estados e municípios e mesmo no Plano Nacional de Educação, os educadores dizem que poderão tratar do tema com os alunos. “A LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação] garante a autonomia do professor em sala de aula”, argumenta Reis.

Para educadores, termo “gênero” desvia atenção do Plano Estadual de Educação

Especialistas pedem a deputados mais atenção aos temas relevantes do plano, que garantam o acesso e a melhoria da educação básica e superior do estado.

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Na avaliação do secretário-geral do Conselho Estadual de Educação, Cleto de Assis, o próprio projeto de lei do PEE, em seu inciso III do Artigo 2º prevê a promoção de conteúdos de cidadania. “O artigo fala em combater todas as formas de discriminação, e isso é abrangente o suficiente para as demandas de todos os grupos singulares”, opina. (RF)

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