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O insucesso da prefeitura de Curitiba em diferenciar o preço da passagem paga com cartão-transporte mostra que a massificação do uso do meio eletrônico de pagamento chegou a um impasse. Pela interpretação dos argumentos trazidos pelo Ministério Público para derrubar a medida, nem mesmo um desconto pela compra antecipada de uma grande quantidade de passagens seria possível, pois há a consideração de que o serviço prestado continua sendo o mesmo: uma viagem de ônibus. E que o valor cobrado não pode ser diferente apenas por causa da forma de pagamento.

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Prefeitura fixa tarifa em R$ 3,30 . Apoiado pelo Procon-PR, o Ministério Público do Paraná recomendou o fim da tarifa diferenciada

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Mas a prefeitura pode começar a considerar uma mudança profunda no sistema. Um modelo, já aplicado em várias cidades do mundo, deixa em segundo plano o pagamento por meio eletrônico. A integração temporal, presente, por exemplo, nos sistemas de São Paulo e Rio, é feita mediante o uso do cartão. Com ele, no caso do modelo paulista, o passageiro pode pegar até quatro ônibus diferentes com o pagamento de uma passagem. Além disso, o chamado bilhete único dá desconto a quem faz integração com os sistemas de metrô ou trem. Em uma atualização recente, o cartão paulistano passou a aceitar a venda de passagens válidas por períodos maiores: dia, semana e mês.

Um dos principais benefícios da integração por tempo é dar mais liberdade ao usuário para escolher a forma como quer chegar ao seu destino. Além de diminuir a importância dos caros terminais de ônibus, que podem até continuar existindo, mas não precisarão mais de fiscalização para impedir a entrada de usuários pula-catraca.

Se a integração por terminais criada para Curitiba foi extremamente útil, é hora de reconhecer que está ultrapassada. Cabe à prefeitura dar os passos para modernizar o sistema, com o objetivo de fazer a cidade recuperar o título de capital com transporte público modelo.

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