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Assembleia cria comissão para discutir a atuação de profissionais de segurança

Após o suposto caso de agressão no James Bar, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) criou um grupo de trabalho que vai discutir a atuação de profissionais de segurança em casas noturnas do estado. A equipe vai atuar na prevenção e orientação de estabelecimentos comerciais da área para prevenir incidentes com o ocorrido no James.

Foi definido que o grupo vai criar uma cartilha de orientação, além de conversar com a Polícia Federal para cobrar mais fiscalização para os profissionais que atuam como seguranças. Uma audiência pública deve ser realizada em junho para apresentar os resultados do projeto.

Leia matéria completa.

Um funcionário do James Bar, em Curitiba, suspeito de ter agredido o estudante Guilherme Carvalho Koerich, de 18 anos, será indiciado por lesão corporal gravíssima. A informação foi divulgada pelo delegado Rogério Martin de Castro, titular do 3º Distrito Policial, nesta quarta-feira (16).

Testemunhas disseram à polícia que o rapaz foi agredido e por isso ele teria caído, segundo o delegado. O funcionário era responsável pelo controle da entrada e saída dos clientes do estabelecimento.

De acordo com Castro, não há base legal para pedir a prisão preventiva do funcionário do bar. "Ele se apresentou espontaneamente à polícia e não está coagindo testemunhas", disse o delegado. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias.

Guilherme passou por uma cirurgia no sábado (12) para amputar a perna esquerda por consequência da grave lesão que teve no membro inferior. Uma infecção obstruiu a artéria da perna e complicou o funcionamento dos rins. De acordo com o advogado da família, Edison Rangel Júnior, a junta médica da Clínica de Fraturas Novo Mundo, onde ele esteve internado, decidiu pelo procedimento para salvar a vida do rapaz. Se não fosse feito, ele poderia ter infecção generalizada. O rapaz teve alta na tarde de terça-feira (15).

O advogado do James Bar, Edward Carvalho, disse que o caso foi um acidente e que o jovem é o responsável pelo que houve. "Ele não pagou a comanda, cometeu um crime, saiu correndo, e o segurança cumpriu sua obrigação, ou seja, tentou impedi-lo, indo atrás. Os dois caíram e, infelizmente, ele sofreu esse acidente", disse em entrevista à Gazeta do Povo no último domingo (13). Carvalho disse nesta quarta-feira que as investigações estão no início e que ainda é cedo para se manifestar sobre o caso.

James Bar não abre nesta quarta-feira por causa de manifestação

O James Barnão funcionará nesta quarta-feira (16). O motivo é uma manifestação de amigos do estudante Guilherme Carvalho Koerich. A direção do James divulgou um comunicado nesta manhã informando que não abrirá nesta quarta e que as atividades serão retomadas na quinta-feira (17).

De acordo com o comunicado do James, o estabelecimento não abrirá para evitar problemas desnecessários. "É com grande pesar que todos os funcionários deixam de trabalhar hoje [quarta-feira], contudo, faz-se necessário por respeito à manifestação. Por fim, os fatos estão sendo esclarecidos nos meios adequados, demonstrando-se a razão dos acontecimentos", informava o comunicado.

O ato pacífico está marcado para ocorrer na noite desta quarta-feira, às 21 horas, na Praça da Espanha. Inicialmente, a manifestação foi marcada para ocorrer na esquina da Avenida Vicente Machado com a Rua Coronel Dulcídio, no Centro da capital (nas proximidades do bar), masmudou de endereço por orientação da Polícia Militar.

O protesto organizado por meio das mídias sociais. De acordo com informações da página do ato no Facebook, 27,3 mil pessoas foram convidadas para a manifestação e 2,2 mil confirmaram presença até as 9 horas desta quarta. Os organizadores afirmaram que não se trata de uma manifestação contra um estabelecimento específico, mas sim um ato contra a violência.

Entenda o caso

O suposto espancamento teria ocorrido na madrugada de 6 de maio, após o jovem informar que não tinha dinheiro suficiente para quitar a conta do bar (R$ 60). Após sair do local sem pagar, ele teria sido perseguido por um segurança, que o alcançou.

A comissão de direitos humanos da subseção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) recebeu uma denúncia o caso.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Rogério Martin de Castro, algumas testemunhas começaram a ser ouvidas na terça-feira, e pelo menos outras 18 devem depor ainda nesta semana. O advogado da família de Guilherme, Edson Rangel Júnior, disse que o rapaz reconheceu o funcionário envolvido no incidente quando ainda estava no hospital.

Uma equipe de profissionais da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) realizou na segunda-feira (14) uma perícia no estudante. Os exames foram feitos somente após a amputação, realizada em decorrência de uma séria infecção que obstruiu a artéria da perna e complicou o funcionamento dos rins. Segundo a Sesp, o resultado sairá em oito dias.

Histórico

O James Bar já foi condenado por um caso de violência ocorrido dentro do estabelecimento. Em 2011, a casa foi sentenciada pelo Tribunal de Justiça do Paraná a pagar R$ 10 mil de indenização para uma mulher agredida por outro cliente em 2005. Segundo a mulher, ela apanhou de um homem porque era homossexual e nenhum funcionário do bar tentou impedir a agressão. Além do James, o agressor também foi condenado a pagar o mesmo valor para a vítima.

O relator do processo, o desembargador Nilson Mizuta, justificou sua decisão argumentando que todo estabelecimento comercial, além de proporcionar os serviços de bar, música e entretenimento, tem a obrigação de oferecer um mínimo de segurança aos clientes. "A prevenção poderia e deveria ter ocorrido através da contratação de pessoal especializado e em número suficiente para conter os impulsos agressivos de terceiros", disse o desembargador.

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