Manifestantes planejam para esta quinta-feira, 13, à tarde mais um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio. A concentração está marcada para as 17 horas, na Candelária, centro da capital fluminense. Após a série de incidentes registrados na noite desta terça-feira, 11, em São Paulo, que terminou com 20 presos e dezenas de feridos, os organizadores do protesto desta quinta-feira no Rio se preparam para o enfrentamento com a polícia.
Agenda da presidente Dilma Rousseff programada para esta quinta à tarde na cidade, que coincidiria com o horário marcado para o início de mais um protesto contra o aumento do tarifa de ônibus, foi cancelada e transferida para sexta-feira, 14. "A gente espera que o ato tenha um maior número de pessoas, e está tomando medidas de segurança para se defender. A gente sabe que a polícia começa agredindo, e a gente vai preparado para isso", disse nesta quarta-feira um manifestante que pediu para não ser identificado. Ele participou do protesto que reuniu 300 ativistas na segunda-feira, 10, no Rio, quando 34 - 9 adolescentes - foram detidos.
Na ocasião, o advogado Marcelo Chalréo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, criticou a ação policial. "Não se está aqui a defender atos de vandalismo ou agressões, mas o que se esperar de uma força policial que não dialoga, não conversa, não argumenta, que age, truculentamente, antes de quaisquer dessas iniciativas, provocando, em consequência, reação à ação desmedida e violenta?"
A articulação entre os manifestantes das diferentes cidades e a adesão verificada nos últimos dias têm sido possíveis graças às redes sociais. O protesto de quinta-feira é organizado pelo Fórum de Lutas, um grupo de discussão no Facebook que conta com mais de 2 mil participantes. A convocação e divulgação do evento são feitas por outros grupos também pela internet, como o Passe Livre RJ e o Operação Pare o Aumento.
Os integrantes definem-se como parte de um movimento sem bandeira, sem partido, sem sindicatos, sem líderes, horizontal e de todos. Entre as reivindicações dos grupos, está o fim da dupla função (quando o motorista também atua como cobrador) e o passe livre para desempregados, estudantes - inclusive universitários - e funcionários públicos.
"Transporte é um direito essencial, não uma mercadoria, e não deve ser oferecido com base na lógica das empresas. Os interesses por trás do aumento da tarifa são muito grandes. Existe um grande lastro político entre as prefeituras e os empresários de transporte, e não vai ser de boa vontade que esse aumento vai ser revertido", afirma Marcelo Hotimsky, estudante de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e militante do Movimento Passe Livre em São Paulo. "Realmente precisa gerar uma situação de constrangimento, de insustentabilidade política."
A Polícia Militar não divulga o efetivo que acompanhará a passeata de quinta, alegando se tratar de informação estratégica mas afirmou que o policiamento será reforçado no local e no entorno, e se for preciso acionará o Batalhão de Choque. De acordo com o estudante do ensino médio Raphael Godoi, um dos membros do Fórum de Lutas, o confronto policial seria uma forma de desestabilizar o movimento. "A gente sempre vai com uma ideologia pacífica. Mas quando a gente vai para a rua, apanha. Eles (policiais) querem chegar batendo mesmo, e depois somos tachados de desordenados, baderneiros, vândalos."
As ações de mobilização no Rio são definidas em plenárias, como a ocorrida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) nesta terça, fechada para a imprensa. Uma nova série de atos já está programada para a próxima semana, ainda sem data definida.
- Cardozo solicita à PF informações sobre atos de vandalismo em SP e no RJ
- Tarifas de ônibus da rede não integrada da RMC terão redução de R$ 0,10
- Passagem cai R$ 0,10 em Ponta Grossa
- Grupo protesta em Paris e chama Alckmin de "vândalo"
- 85 ônibus foram danificados durante o protesto contra aumento da tarifa
- Manifestantes tentam arrecadar R$ 20 mil para fiança de detidos
- Em Paris, Alckmin, Haddad e Temer criticam destruição em protesto
- Maior protesto contra aumento da tarifa em SP dura quatro horas
- Confrontos e depredações em protesto por redução de preços de passagens
- Crianças ficam sem aula em Florianópolis por causa de greve
Gestão pública e bons indicadores resultam em reeleição de prefeitos com perfil empresarial
Apagão, acusações e ideologia: os destaques dos debates; acompanhe o Entrelinhas
Nobel de Economia passou de “grande apoiador” de Lula a “extremamente desapontado”
Piora nas contas do governo afasta investidores do Brasil; ações são mais afetadas
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião