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A Secretaria de Estado da Educação sustenta que "em nenhum momento há elegia ao comunismo" no Livro Didático Público, cujo conteúdo foi produzido pelos professores da rede pública. Os textos foram selecionados a partir de experiências práticas e teóricas. Segundo o técnico pedagógico do Departamento de Ensino Básico, Mário Cerdeira Fidalgo, há uma sugestão de pesquisa na qual os alunos devem se informar sobre os sistemas capitalista, socialista e comunista, refletindo sobre o porquê do capitalismo dominar o cenário mundial.

Para Fidalgo, o que há é uma postura crítica frente à realidade, cujo sistema dominante é o capitalista. "Logo, se quisermos abordar criticamente a realidade, não temos outra opção a não ser abordar a lógica hegemônica que a determina", diz. Segundo ele, o capitalismo não é inquestionável, deve ser alvo de análises e deve, certamente, ser alvo de críticas. "O capitalismo está inserido nos textos do Livro Didático Público apenas com essa referência".

De acordo com o técnico pedagógico, o Livro Didático Público do Paraná foi muito elogiado durante o 15.º Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e o 2.º Congresso Internacional de Ciência e Esporte, encerrados sexta-feira em Recife. "Recebeu elogios e pedidos de envio do material para ser utilizado nas escolas de outros estados e para utilização durante aulas em faculdades de Educação Física".

Conforme Fidalgo, dizer que a abordagem do livro é ideologizada induz a pensar que as demais não são. "Toda abordagem corresponde a uma visão de mundo e toda abordagem tem o objetivo de influir na realidade", pondera. Segundo ele, algumas são tendenciosas exatamente por ocultar seus objetivos, ao contrário do Livro Didático Público, que propõem ao aluno pensar criticamente sobre a realidade na qual vive, fundamental para a cidadania.

As críticas do capítulo 3 não seriam ao esporte em si, mas à "inequívoca manipulação das práticas esportivas por parte dos meios de comunicação, notadamente da televisão". O texto sugere que a mudança das regras do vôlei, por exemplo, foi determinada pelos interesses das empresas de comunicação televisivas.

Fidalgo destaca no livro um texto com um questionamento acerca da priorização absoluta dos esportes competitivos e de como, em função disso, boa parte das pessoas acaba não podendo competir. "É muito difícil negar isso, mesmo ao mais empedernido crítico dos questionamentos acerca do modelo capitalista proposto para a sociedade. É muito difícil afirmar que há igualdade de condições para todos."

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