• Carregando...
Ricardo prepara churrasco em Curitiba: prato típico, segundo a pesquisa | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Ricardo prepara churrasco em Curitiba: prato típico, segundo a pesquisa| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
  • Em alguns quesitos, os paranaenses se assemelham. Veja o que é consenso

O casal Marcos Antonio Padilha e Cláudia Haas Padilha é paranaense, mas ganha a vida ensinando tradições culturais do Rio Grande do Sul. Moradores de Toledo, no Oeste do estado, Padilha e Cláudia são professores de dança e música em várias cidades da região, principalmente em Toledo e Quedas do Iguaçu. Atualmente o casal trabalha com um grupo de 120 pessoas que apresentam danças folclóricas gaúchas. Aproximadamente 80% do grupo é formado por paranaenses.Padilha, paranaense de Boa Esperança, explica que a cultura foi introduzida na região devido à colonização gaúcha. "A gente costuma dizer que quem nasce no Rio Grande do Sul é rio-grandense, gaúcho é quem pratica a cultura", ressalta. O professor, no entanto, não concorda que o Paraná não possua uma identidade cultural. Ele diz que é preciso fazer um resgate histórico da cultura paranaense, principalmente na dança. "O Paraná tem questões culturais locais, só que não há uma pesquisa para conseguir trabalhar esse lado", afirma. Ele cita como exemplos danças como o fandango paranaense, gralha azul, cuá-fubá e caninha verde.O cua-fubá, explica Padilha, é uma dança típica do Paraná e que era praticada por trabalhadores rurais durante a colheita da lavoura, principalmente da cultura de milho e café. Já a caninha verde é uma dança de roda, que durante muitos anos foi praticada por crianças e adultos, especialmente no litoral.

História

Os gaúchos, mineiros e baianos conseguiram criar a própria identidade, segundo os historiadores, por diversos fatores. A historiadora Roseli Boschilia, da UFPR, acredita que os gaúchos a construíram como forma de defesa, por conta da fronteira que o estado tem com outros dois países. "A identidade se constrói a partir da necessidade de se criar uma diferença. Foi o que aconteceu no Rio Grande do Sul", explica. As cidades mineiras e baianas foram colonizadas de maneira muito homogênea, segundo o historiador Denisson de Oliveira, da UFPR, por isso a identidade existe mais facilmente. "O Paraná teve sua criação artificial para tentar enfraquecer, durante o segundo império, a bancada liberal de São Paulo. Recebeu uma leva de imigrantes, além de ter tido uma forte presença de negros escravos. Não lamento não termos uma identidade cultural, pelo contrário, acho isso positivo", diz o historiador.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]