O protesto dos policiais rodoviários federais em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, provocou longas filas nesta quinta-feira (16) na BR-277 e na saída do país pelas pontes da Amizade, na fronteira com o Paraguai, e Tancredo Neves, com a Argentina. O "pente-fino" nos veículos é mais uma tentativa da categoria para pressionar o governo federal a atender a série de reivindicações que incluem a reestruturação da carreira e da corporação e reajustes salariais.
Na aduana da Ponte da Amizade, entre Foz e Ciudad del Este, 12 patrulheiros dez a mais que em dias normais vistoriaram e conferiram a documentação de praticamente todos os veículos que pretendiam atravessar a fronteira. Até o final da tarde, cinco automóveis estrangeiros foram apreendidos um deles com placas falsas do consulado paraguaio - e 15 multas aplicadas. Pela manhã, a fila passou de cinco quilômetros e o tempo de espera chegou a quatro horas.
"Estamos em estado de greve, mas caso o governo insista em não negociar, podemos decidir pela greve", alertou o representante do sindicato dos policiais rodoviários federais em Foz do Iguaçu, Paulo Mileski. A vistoria dos veículos que deixam a fronteira pela BR-277 em direção a Cascavel também foi intensificada no posto de fiscalização em Santa Terezinha de Itaipu, o que provocou mais filas. As mobilizações na fronteira continuam na sexta-feira (17).
Quem pretendia atravessar a fronteira com a Argentina também precisou de muita paciência. E, na volta do Paraguai, mais transtornos: os dois pontos de entrada e saída mais movimentados do país e o Aeroporto Internacional das Cataratas foram alvos da operação-padrão retomada pela Polícia Federal depois de uma semana de suspensão. A ação deve se estender até terça-feira (21), prazo para que o governo federal volte a negociar com a categoria.
Porto Seco
A Justiça Federal em Foz do Iguaçu concedeu liminar em favor da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) obrigando os fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em greve desde o mês passado, a realizarem normalmente as vistorias dos produtos e insumos industriais que passam pelo Porto Seco local, um dos principais portões das cargas que circulam pelo Mercosul.
A decisão, deferida esta semana atende a um mandado de segurança coletivo impetrado pela Fiep e beneficia todas as indústrias associadas aos sindicados filiados à entidade. O mesmo aconteceu na semana passada em relação às cargas retidas no Porto de Paranaguá e à continuidade dos trabalhos de fiscalização a cargo dos agentes da Receita Federal, também em greve.
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