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“Objetivo não é trazer médicos do exterior, mas sim levar mais saúde para o interior”, disse Dilma | Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
“Objetivo não é trazer médicos do exterior, mas sim levar mais saúde para o interior”, disse Dilma| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Prioridade

Trinta e cinco municípios do Paraná, incluindo Curitiba, se encaixam na lista prioritária anunciada pelo governo federal. Veja quais são:

• Almirante Tamandaré• Bocaiuva do Sul• Campina Grande do Sul• Campo Largo• Colombo• Contenda• Curitiba• Doutor Ulysses• Entre Rios do Oeste• Fazenda Rio Grande• Foz do Iguaçu• Guaíra• Guarapuava• Iguaraçu• Itaperuçu• Lapa• Londrina• Mandaguari• Mandirituba• Marechal Cândido Rondon• Marialva• Nova Laranjeiras• Paiçandu• Pato Bragado• Pinhais• Piraquara• Planalto• Quitandinha• Rolândia• Santa Helena• Santo Antônio do Sudoeste• São Miguel do Iguaçu• Sarandi• Tijucas do Sul• Tunas do Paraná

Fonte: Ministério da Saúde

Estrangeiros começam a trabalhar em setembro

Folhapress

O governo pretende distribuir aos municípios do interior e à periferia das grandes cidades, já em setembro, os primeiros médicos brasileiros e estrangeiros que aderirem ao novo programa de fixação desses profissionais. Um edital será lançado hoje direcionado a médicos de todas as nacionalidades. A prioridade será dos formados no Brasil. Em seguida, serão chamados os brasileiros formados no exterior. E, por último, os estrangeiros.

O governo vai pagar aos médicos bolsa mensal de R$ 10 mil e ajuda de custo, em parcela única, de R$ 10 mil a R$ 30 mil, a depender do destino. A prioridade será dada a capitais, regiões metropolitanas com áreas de vulnerabilidade, distritos indígenas e aos municípios com maior concentração de pobreza. Trinta e cinco cidades do Paraná se encaixam neste perfil.

O total de profissionais convocados dependerá do interesse dos municípios, mas a expectativa é atrair 10 mil médicos. No caso de estrangeiros, só poderão se candidatar profissionais que atuam em países com maior proporção de médicos que o Brasil (o que exclui a Bolívia e o Paraguai, entre outros) e aqueles que têm diplomas que o autorizam a trabalhar no país de formação.

Reação na justiça

Agência O Globo

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em conjunto com entidades da saúde, anunciou ontem que vai questionar na Justiça a contratação de médicos estrangeiros. Além disso, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNM), Geraldo Ferreira, fez duras críticas ao programa e falou que pode haver uma greve geral da categoria contra as medidas anunciadas. "Precisamos dar uma resposta forte ao governo. O sentimento do médico é de que o governo procura confronto", disse. Para Ferreira, o programa precariza o trabalho do médico brasileiro e explora a mão de obra do profissional. Ele criticou também a ampliação de seis para oito anos do curso de Medicina. "É indecente. O médico não completa o curso em seis anos. Ele faz mais três ou cinco de especialização para poder entrar no mercado. Ou seja, vai pular de 11 para 13 anos de formação. É um contrassenso", disse.

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A expansão dos cursos de Medicina no país prevista no programa Mais Médicos vai permitir a abertura de mais 400 novas vagas no Paraná. As vagas serão oferecidas em Curitiba (190), Foz do Iguaçu (60), Pato Branco (50), Guarapuava (50) e Umuarama (50). No interior, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), de Guarapuava; a Universidade Paranaense (Unipar), em Umuarama; e a Faculdade de Pato Branco (Fadep) pleiteavam a criação dos cursos.

Em Foz, o curso será aberto na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) a partir de 2016. A proposta tem o aval do Ministério da Educação (MEC) e prevê a criação de um curso diferenciado, cujo foco é a Medicina Comunitária, articulado com a rede local de saúde.

INFOGRÁFICO: Veja como é o Programa Mais Médicos

A possibilidade de abrir o curso começou a ser discutida após a visita do secretário de Ensino Superior do MEC, Paulo Speller, no final de abril. Já em maio, a Unila recebeu um ofício do MEC no qual constam as bases para o desenvolvimento do projeto, no qual estão previstos abertura de concurso para contratação de servidores e aquisição de equipamentos.

Por enquanto, o projeto tramita em âmbito interno e será submetido à aprovação do Conselho Superior Universitário. As aulas deverão ser oferecidas em um prédio fora do câmpus, em construção, porque o projeto inicial da universidade não previa curso de Medicina. Não está nos planos da Unila construir um hospital. A ideia é aproveitar a estrutura já existente na saúde pública de Foz do Iguaçu.

Universidade bilíngue que reúne 1,2 mil alunos de 11 países latino-americanos, a Unila iniciou as atividades em agosto de 2010.

Futuros médicos farão estágio no SUSAntes de receber o diploma, alunos de Medicina terão de trabalhar dois anos na saúde pública. Medida será implantada em 2015

Das agências

Os estudantes de Medicina que começarem o curso em 2015 terão de trabalhar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) como requisito necessário para obter o diploma. A medida, que na prática amplia o tempo de curso de seis para oito anos, valerá para todas as escolas de Medicina públicas e privadas do país, mas ainda vai demorar a ter resultados. Os futuros médicos vão começar esse segundo ciclo da formação apenas em 2021, quando tiverem passado pelos seis anos do primeiro ciclo de formação.

A norma faz parte da medida provisória editada ontem pela presidente Dilma Rousseff que lançou o programa "Mais Médicos", que prevê o recrutamento de profissionais estrangeiros para trabalhar em áreas prioritárias, a abertura de 11.447 novas vagas para graduação em Medicina e outros 12.376 postos de especialização em áreas consideradas prioritárias até 2017.

Hoje, o curso de Medicina prevê quatro anos de formação teórica e dois de estágio obrigatório em regime de internato, totalizando seis anos. A partir de 2015, os alunos continuarão a fazer um curso de seis anos, mas depois passarão um ano no serviço de atenção básica do SUS, e depois mais um ano nos serviços de urgência e emergência, como por exemplo o Samu. O Conselho Nacional de Educação (CNE) terá um período 180 dias para regulamentar esse segundo ciclo do curso.

O modelo, copiado do Rei­no Unido e da Suécia, permitirá um afluxo maior de profissionais ao SUS, com cerca de 20 mil médicos em 2021 e o dobro disso em 2022. Dados do Ministério da Saúde mostram que 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos pelo serviço de atenção básica.

Diferentemente da residência, em que o médico se especializa, os dois anos no SUS serão voltados à atenção básica, e permitirão uma formação mais generalista. Nesse período, ele vai ser remunerado. O valor ainda não foi definido, mas ficará entre a bolsa de residência (hoje em R$ 2.976,26) e a bolsa do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que visa levar médicos recém-formados para trabalhar nas regiões mais carentes (hoje em R$ 8 mil).

Depois dos seis anos iniciais, o estudante poderá obter uma inscrição provisória no Conselho Regional de Medicina (CRM), o que permitirá que ele continue sendo fiscalizado e, eventualmente, penalizado por erros médicos que venha a cometer.

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