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Hospital Evangélico enfrenta mais uma crise | Antonio More/Gazeta do Povo
Hospital Evangélico enfrenta mais uma crise| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

O Pronto-socorro (PS) do Hospital Evangélico de Curitiba foi reaberto por volta das 18 horas desta quinta-feira (27), após ter ficado mais de 48 horas fechado. A decisão foi anunciada depois de uma reunião entre os diretores da entidade e representantes da Secretaria Municipal de Saúde. Desde terça-feira (25), o hospital havia suspendido o atendimento de novos pacientes da emergência por falta de suprimentos básicos.

O primeiro paciente atendido após a reabertura da emergência foi o assistente administrativo Geraldo Vieira, de 59 anos, que não saiu satisfeito do hospital. Ele foi ao PS buscar uma receita de remédio controlado para sua filha de 23 anos que sofre de tumor cerebral. Segundo Vieira, não havia médicos que pudessem atendê-lo naquele momento, por volta das 18h20, e ele foi orientado por uma assistente social a procurar o ambulatório do hospital nesta sexta-feira (28) pela manhã. O hospital defende que o procedimento foi correto, pois apenas o médico que já cuida do caso pode conceder as devidas receitas.

Alguns funcionários ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo na tarde desta quinta comentaram que não havia chegado nenhum tipo de suprimento ao hospital até por volta das 18 horas. Nesse mesmo período, apenas um paciente encaminhado pelo Siate havia dado entrada no PS da instituição.

Via assessoria de imprensa, a instituição afirma que conseguiu sanar o problema financeiro interno que impedia o hospital de funcionar. A prefeitura informa que nenhum repasse emergencial foi feito por parte do município. Os pacientes que perderam atendimento marcado em qualquer um dos três dias da paralisação já podem reagendar as consultas.

De acordo com a secretaria, enquanto persistisse a paralisação dos atendimentos e internamentos do hospital, a prefeitura iria reforçar as equipes médicas das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das regionais do Campo Comprido e da Matriz, locais que mais sofreram com o impacto do fechamento provisório do Evangélico. Nesta quinta, o movimento nas UPAs caiu e o tempo médio de espera chegou a 3 horas.

Para evitar a sobrecarga de trabalho, os demais hospitais da capital que atendem traumas receberam solicitações da secretaria para reagendar os procedimentos eletivos, a fim de priorizar o atendimento dos casos de urgência.

Ultimato

A reabertura foi anunciada depois que membros da prefeitura estiveram no hospital na quarta-feira (26) e deram um ultimato de 24 horas para que a direção do Evangélico apresentasse um plano de ação para resolver os problemas de falta de suprimentos. Caso a entidade não enviasse um plano para normalizar a situação, o hospital correria o risco de ser penalizado com a redução dos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), já que não estava sendo cumprido os compromissos assumidos.

O hospital recebe dois tipos de verba do poder público que podem ser interrompidos: repasse por produtividade - atendimento aos pacientes - e incentivos do SUS por ser um hospital de "porta aberta", ou seja, por ter um pronto-socorro que, teoricamente, deveria receber quaisquer pacientes que buscassem atendimento direto com médicos do local.

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