O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou na manhã desta terça-feira (24) que o governo acompanha a tese de que o surto de febre amarela em Minas Gerais pode estar relacionado à tragédia do rompimento da barragem em Mariana, ocorrida em 2015. A possibilidade foi levantada pela bióloga Márcia Chame, da Fiocruz, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no último dia 14.
“Isso é uma tese que está sendo desenvolvida e que nós estamos aguardando eventual confirmação. Mas não há, da nossa parte, uma confirmação sobre essa questão. O Ministério acompanha o desenvolvimento dessa tese”, afirmou Barros em entrevista.
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Leia a matéria completaO Brasil está atualmente com 391 casos de febre amarela confirmados e 35 mortes registradas, sendo 32 em Minas Gerais e três óbitos em São Paulo.
O ministro afirmou que o surto de febre amarela silvestre se concentra no estado mineiro por casos de pessoas que viajam à Zona da Mata. Barros minimizou o risco de um surto parecido no estado paulista, afirmando que o número de mortes é “mínimo” em São Paulo e que duas das três vítimas foram infectadas em Minas.
O ministro afirmou que o Brasil tem condições técnicas de superar o surto e que é preciso evitar que o problema se alastre para a zona urbana, possibilidade que existe com a transmissão da doença pelo mosquito Aedes aegypti urbano. “O Brasil tem capacidade técnica, de assistência, pessoal, infraestrutura e de vacinas, para bloquear esse surto. Agora, depende efetivamente das pessoas irem à vacinação e de técnicos agirem corretamente quando surge cada caso”, disse.
Barros disse que todos os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão sendo seguidos e que confia na superação do problema. Ele também garantiu que não faltarão vacinas. “Já estão entregues (as doses), há estoque, o Brasil é exportador de vacina de febre amarela, não temos problema com estoque, temos apenas que garantir a vacinação”, afirmou. Doses da vacina foram enviadas para Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, destacou.
O ministro declarou que a pasta não trabalha com a hipótese de o surto se alastrar para áreas urbanas. “Mas, evidentemente, se a pessoa pega a doença na mata e vem para a cidade, pode transmitir. O fato concreto é que temos controle máximo dos casos para evitar que isso aconteça.”
Para o ministro, é preciso lembrar que casos de febre amarela são registrado todos os anos, especialmente na região Norte do Brasil. O que ocorre agora, afirmou, tende a ser fruto do trânsito de pessoas que foram para regiões de mata e de macacos infectados que entraram em contato com humanos nesses locais.
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