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Vacinação contra a febre amarela tem contraindicações e é recomendada apenas para quem for viajar para áreas de risco | Soraia Sakamo/Gazeta do Povo
Vacinação contra a febre amarela tem contraindicações e é recomendada apenas para quem for viajar para áreas de risco| Foto: Soraia Sakamo/Gazeta do Povo

Após enviar um alerta para Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a suspeita de surto de febre amarela no país, o Ministério da Saúde publicou na última quinta-feira (12) uma nota na qual alerta para a necessidade de vacinação entre viajantes com destino a unidades de conservação com incidência da doença. Nesta segunda (16), a Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) reforçou o aviso, levando em conta o número de casos suspeitos já registrados.

Segundo a Sesa, até o momento, pelo menos 110 casos suspeitos foram notificados, com 30 mortes em investigação. As ocorrências foram registradas na área rural, mas há o risco da doença também ser reintroduzida no meio urbano. Desde 1942, nenhum caso urbano é registrado no país.

Unidades de conservação e locais com matas e rios nas áreas escuras do mapa são de risco para febre amarela, segundo a Secretaria de Vigilância SanitáriaDivulgação

Devo me vacinar?

O mapa de alerta para a necessidade de vacinação que foi divulgado pelo Ministério da Saúde cobre quase todo o território nacional, com exceção das regiões litorâneas.

Apesar disso, a vacinação deve se restringir apenas a quem vive em áreas de risco ou para quem pretende visitá-las. Essas áreas são unidades de conservação e locais com matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros ocorrem naturalmente.

Pessoas em viagem para áreas com recomendação de vacina devem receber a primeira dose pelo menos dez dias antes da viagem.

O Ministério da Saúde recebeu o alerta das mortes na noite da última quinta-feira (5). Elas foram registradas nas cidades mineiras de Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga e Imbé de Minas. Mas também houve outro óbito no interior de São Paulo no dia 26 de dezembro.

Nesse caso, o paciente também era morador de uma região também considerada de risco para a doença e não estava vacinado. Na região de São Paulo, houve um aumento de morte de primatas, um indicativo de recrudescimento da circulação do vírus da febre amarela.

A febre amarela é transmitida somente pela picada de mosquitos infectados. Na silvestre (transmitia em ambiente silvestre), os mosquitos transmissores são o Haemagogus e o Sabethes. Já na urbana, que não tem registro no Brasil desde 1942, o transmissor é o Aedes aegypti.

Em Curitiba, as vacinas podem ser tomadas em qualquer unidade básica de saúde da cidade.

Sintomas

O período em que o vírus irá se manifestar no homem varia de 3 a 6 dias, após a picada do mosquito infectado, podendo se estender até 15 dias. De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da doença incluem febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20 a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer. Se não for tratada rapidamente, a febre amarela pode levar à morte em cerca de uma semana

Alerta

A recomendação feita pela OMS é de se aplicar apenas uma dose da vacina durante a vida. No Brasil, no entanto, a indicação é de que sejam dadas duas doses. A vacinação também deve ser feita em pessoas que se destinem a regiões consideradas de risco.

Mas crianças com menos de nove meses, lactantes, gestantes com recomendação médica e pessoas com alergia grave à ovo não devem tomar a vacina. Idosos, se necessário, devem tomá-la apenas mediante recomendação médica.

Pacientes com doenças que comprometam o sistema imunológico devem procurar o médico para saber se a vacinação é indicada.

Todo esse cuidado para não gerar vacinação indiscriminada é necessário porque a situação deste mês pode espelhar o que ocorreu no verão de 2007/2008.

Uma pesquisa realizada sob a orientação da professora Angela Maria Belloni Cuenca, do Departamento de Saúde Materno Infantil da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, concluiu que o país viveu naquela época uma epizootia - manifestação contagiosa da doença em animais - e não uma epidemia.

A divulgação de notícias sobre casos da doença provocou uma corrida aos postos de vacinação. Dados do Ministério da Saúde divulgados pelo estudo mostraram que, ao longo de 40 dias daquele verão, o país distribuiu 13 milhões de doses da vacina – quase o mesmo volume distribuído durante um ano inteiro. Como consequência, segundo os pesquisadores, houve oito casos de reação adversa grave à vacina – sendo que seis foram fatais. Essa quantidade, diz a pesquisa, foi considerada “muito alta” em relação às séries históricas anteriores.

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