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O deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, reconheceu ontem que indicou o irmão para ser contratado como funcionário do Porto de Paranaguá e que ele foi escolhido por ter trabalhado na campanha de Beto Richa.

A edição de ontem da Gazeta do Povo mostrou que Osmar Traiano, irmão do deputado, foi nomeado para a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) em janeiro. E que Mauro Vidal Maron, irmão do superintendente da Appa, Airton Vidal Maron, foi contratado, logo em seguida, para o gabinete da liderança do governo na Assembleia. A prática de nepotismo cruzado é proibida pela Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal.

"Se eu disser que não indiquei [meu irmão para o cargo no porto], eu estaria mentindo", admitiu Traiano. Sobre o motivo da nomeação de Osmar, o deputado afirmou que foi indicado "porque trabalhou na campanha do [governador] Beto [Richa]". O parlamentar assegura que não sabia que se tratava de um caso de nepotismo cruzado. "Achei que não tinha problema. Que só seria nepotismo cruzado se fosse aqui dentro da Casa, de um gabinete pro outro."

Traiano garantiu ontem que o irmão do superintendente do porto pediu a demissão na quinta-feira porque não queria mais trabalhar no gabinete. Disse que a exoneração de Mauro foi protocolada na sexta-feira e que ainda não tinha chegado, até segunda-feira, ao conhecimento da diretoria de pessoal da Assem­­bleia, como a Gazeta do Povo informou ontem, por causa da "burocracia interna".

O Ministério Público Es­­­tadual (MP) vai abrir uma investigação para apurar a troca de nomeações envolvendo a Appa e a Assembleia. O caso pode resultar em ação de improbidade administrativa contra Maron e Traiano. O deputado é alvo de outra investigação do MP por supostos pagamentos de supersalários ao filho dele, Ademar Traiano Junior, enquanto esteve nomeado no gabinete do pai, entre 2000 e 2006 – a nomeação ocorreu antes da edição da Súmula 13 do STF, em 2008.

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