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Dificilmente alguém vai acertar, mas já começam a pipocar as previsões de safra, intenções de plantio e comportamento de preços futuros, com prognósticos para fevereiro e março, quando a produção de soja e milho começa a ser colhida no Paraná. Os dados podem até ter base científica, metodologias que sugerem uma sondagem de credibilidade e pesquisas de campo que endossam as estimativas apresentadas. Contudo, as duas últimas safras mostram que a variação histórica de área e produção e o desempenho do plantio nos Estados Unidos não foram suficientes para sustentar as previsões. O fator clima prevaleceu e a estiagem jogou por terra todos os cálculos e avaliações, dos mais desanimadores aos mais otimistas. E para piorar, o real resolveu dar uma de moeda de primeiro mundo e provocou a desvalorização do dólar – foi péssimo para as exportações.

Mas é chegada a hora de uma nova safra, um novo plantio e mais um desafio. Qual a diferença para os anos anteriores? Se considerarmos os dois últimos cultivos, nenhuma diferença, a não ser que o produtor conseguiu se livrar dos cobradores, pelo menos temporariamente, com a rolagem das dívidas. O cenário ainda é de incertezas, dúvidas e indefinições. Basta ver, mais uma vez, os levantamentos feitos pelas consultorias, que oscilam numa redução de área que vai dos 5% a mais de 10%.

O produtor parece aguardar até o último instante para decidir sobre sua safra. É certo que haverá queda na área e na produtividade. O produtor está descapitalizado e não tem mais fôlego para arriscar, correr o risco de uma nova estiagem ou de os preços internacionais caírem mais ainda. A saída será otimizar recursos e potencializar resultados. A regra é plantar menos, mas plantar bem. A frase já virou uma máxima no campo, mas deixada a originalidade de lado, o fato é que pode estar aí a saída para a retomada do crescimento no campo.

E para tentar responder algumas dessas interrogações, sem a pretensão de resolver, apenas de colaborar com a discussão sobre a crise do agronegócio, a equipe do Caminhos do Campo cai na estrada para fazer um acompanhamento da safra 2006/07. Com o apoio técnico de entidades que representam os produtores, o projeto Rumos da Safra – Uma viagem ao Paraná que produz vai ouvir lideranças e visitar propriedades em todas as regiões do estado. O objetivo é gerar informações, antecipar tendências e fornecer novos subsídios para que o agricultor possa se organizar e planejar seus investimentos da melhor e mais sustentável maneira possível.

Ainda nesta edição, veja o que o produtor, o mercado e a tecnologia estão fazendo para amenizar o efeito São Pedro e combater as sucessivas estiagens. Tem gente que só falta fazer chover.

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