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Da série de reportagens do projeto Rumos da Safra, publicada durante o mês de outubro, está na edição de hoje a melhor notícia que o campo poderia receber no momento em que se intensifica o plantio de verão. Soja e milho, que juntos respondem por quase 90% da produção de grãos no Paraná, voltam a ser rentáveis ao produtor.

As projeções de preços e de mercado sinalizam para uma retomada do setor, que depois de dois anos de crise ensaia uma recuperação, de renda e de auto-estima. As despesas ainda não foram equacionadas – a atividade acumula um passivo de dívidas que foram renegociadas –, mas o fato concreto é que o custo caiu e o preço de venda da produção reagiu.

O curioso de tudo isso é que o dólar, apontado como um dos vilões da crise no campo, continua estável, na faixa de R$ 2,15 a R$ 2,20. As análises mais otimistas prevêem que ao longo de 2007 a moeda norte-americana pode atingir algo em torno dos R$ 2,30, um patamar ainda mais atraente ao setor produtivo exportador, sem o risco da valorização excessiva diante do real.

A conclusão é que o dólar nunca vai deixar de ser uma variável essencial quando o assunto são commodities. Contudo, existem outros fatores que em certos momentos podem ser ainda mais determinantes. Um exemplo é o clima, que nas últimas duas safras provocou perdas de R$ 3,8 bilhões no Paraná. Ou seja, a perda de renda ocorreu muito mais pela estiagem do que por causa do câmbio.

Os detalhes e os porquês do que podemos chamar de um novo ciclo do milho e da soja, depois de uma das mais graves crises do agronegócio brasileiro, são analisados e ponderados por técnicos, produtores e especialistas do setor nesta edição do Caminhos do Campo. Com o tema "tendências de mercado", a Gazeta do Povo encerra hoje a primera fase do Rumos da Safra, uma cobertura técnico-científica inédita no Paraná, realizada com apoio da Federação da Agricultura (Faep) e da Organização das Cooperativas (Ocepar).

Uma equipe de técnicos e jornalistas viajou mais de 5 mil quilômetros pelo interior do estado com o objetivo de levantar informações e iniciar um acompanhamento da safra 2006/07. O resultado foi um verdadeiro raio-x da produção, que trouxe números sobre a intenção de plantio, mostrou a realidade da soja transgênica, discutiu os problemas de infra-estrutura de armazenagem e escoamento da produção e agora trata das perspectivas de mercado.

A intenção é prosseguir com essa cobertura, que ganha espaço nas páginas diárias da Gazeta do Povo e se consolida com a segunda fase do projeto, quando a equipe do Rumos da Safra volta a campo na época da colheita. O objetivo é constatar se as projeções e estimativas se confirmaram e se o agronegócio paranaense realmente voltou a crescer.

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