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Plantar e colher nunca serão problema. O grande drama do produtor está na comercialização da safra. Seja porque ele não tem essa expertise ou então porque os preços estão muito baixos, próximos do custo ou até abaixo do desembolso, como ocorre na safra atual com soja e milho. Mas como saber qual é a melhor hora para vender? Na alta ou na baixa? É claro que na alta, não fosse o agricultor sempre achar que vai subir mais. Aí ele deixa de realizar e o que acontece? A cotação cai novamente.

É o início da lamentação: "puxa, deixei de vender a R$ 40 e agora está R$ 35". E você pensa que ele vende? Vende nada. Ele quer esperar subir para negociar, pelo menos nos R$ 40 de antes. Porém, quem disse que a cotação reage? Ao contrário, vai abaixo de R$ 35. O produtor então se desespera. As contas começam a vencer e ele se obriga a vender na baixa, pelo menos parte da produção.

Os números são reais e refletem exatamente o que ocorre no ciclo atual com a soja. Na época do plantio, em setembro e outubro do ano passado, o grão era cotado acima de R$ 40. Hoje, não se assuste se lhe oferecerem R$ 31 ou R$ 32 pela saca de 60 quilos. Os picos de preço estão em outro patamar. Muito inferior do que há quatro meses. A julgar o cenário no mercado interno e externo, os R$ 35 podem ser considerados uma excelente cotação nesta safra. Com o avanço da colheita na América do Sul, pode ficar pior, uma cotação difícil de se sustentar. A orientação dos analistas continua sendo escalonar a venda como forma de diluir o risco e conseguir um preço médio razoável com mercado futuro, hedge e especulação no disponível.

Como a lógica nem sempre prevalece, o lamento continua. E os picos de cotação passam a ser encarados não como oportunidade, mas necessidade de se desfazer da produção, a qualquer hora, e o que é pior, a qualquer preço.

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