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Um cano de 65 metros de comprimento instalado no parque de secagem e processamento de grãos da cooperativa Lar, em Céu Azul, evita o corte de aproximadamente 49 mil árvores por ano – 134 por dia. A adaptação, que conduz gases quentes da fábrica de farelo e óleo de soja para a secagem de grãos armazenados no complexo industrial, ganhou o prêmio Cooperativa do Ano 2008 na categoria Inovação Tecnológica. A "floresta" economizada anualmente corresponde à madeira que seria queimada para gerar o calor necessário a essa secagem.

O investimento foi de R$ 123,89 mil, mas a economia com madeira já superou o valor – chegou a R$ 397,29 mil no primeiro ano de uso da tubulação (2007). E esse não foi o único corte de despesa. A manutenção da fornalha custava cerca de R$ 17 mil ao ano à cooperativa. O compartimento tinha de ser praticamente reconstruído periodicamente e agora permanece vazio. Só deve ser usado em caso de emergência.

"Houve ainda outros benefícios, como o risco menor de acidentes de trabalho – alimentar a fornalha é perigoso – e de incêndios na secadora", afirma o coordenador de Programas de Qualidade da Lar, Clédio Roberto Marschall. Ele avalia que três meses e meio de economia foram suficientes para custear o projeto da canalização.

Na prática, o que a cooperativa fez foi desativar uma de suas três fornalhas em Céu Azul. Existem duas secadoras de grãos e uma indústria de óleo e farelo de soja, cada uma com sua fornalha. Os gases gerados na queima de lenha dessa indústria agora são canalizados para uma das duas secadoras. Ou seja, esta secadora não depende mais diretamente da queima de cavacos. A outra secadora continua recebendo calor de uma fornalha própria.

Os grãos não absorvem os gases quentes e poluentes que saem da indústria de farelo e óleo, dizem os técnicos. Assim, podem ser destinados a qualquer fim. Testes realizados pela Lar mostram que o teor de cinzas nos grãos permanece abaixo de 60% da concentração permitida.

O engenheiro químico Sidnei Pietrobelli explica que os gases saem da fornalha da indústria a 2000C e chegam à secadora entre 1300C e 1600C. "Essa temperatura é mais que suficiente para a secagem de grãos." Dispositivos que permitem a entrada de ar do ambiente são usados para controlar a temperatura do sistema. A soja e o milho podem ser secos a menos de 1000C.

A secadora adaptada funciona quase o tempo todo. A outra, que depende da queima de madeira, serve de apoio, e trabalha de janeiro a abril, na colheita de verão.

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