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Diante de escassez na produção, restaurantes que usam ingredientes orgânicos são raros no estado. | Foto: Daniel Castellano/gazeta Do Povo
Diante de escassez na produção, restaurantes que usam ingredientes orgânicos são raros no estado.| Foto: Foto: Daniel Castellano/gazeta Do Povo

Um curso realizado nesta semana no Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), em Pinhais, promete abrir caminho para que o estado aumente a produção de alimentos sem agrotóxicos. O foco é o setor de olericultura, que tem marca de 2,96 milhões de toneladas ao ano -- ou 265 quilos por habitante/ano.

O volume de alimentos orgânicos produzido no estado acaba de passar de 140 mil toneladas. Como só um terço desse total é de hortaliças, isso significa que menos de 2% desses alimentos estão livres de agrotóxicos -- ou 4,5 quilos por habitante/ano.

O curso ensina produtores de alimentos que usam os métodos tradicionais a converterem suas propriedades à agroecologia. A tendência é verificada principalmente em unidades de produção de hortaliças da região de Curitiba. Nesta região, perto de 1 milhão de toneladas de alimentos são produzidas anualmente.

A produção de alimentos orgânicos do Paraná passou da casa de 70 mil para a de 140 mil toneladas na última década, segundo o Instituto Emater. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que 370 mil unidades rurais produzem orgânicos em 7,5 mil hectares no estado -- com média de apenas 200 metros quadrados por estabelecimento, menos de um terço de um campo de futebol.

A curso de conversão envolve a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Atuam no projeto 33 técnicos da organização não governamental Arcafar-Sul, da Fundação Terra, do Incra, da Emater e da Sanepar.

A produção agroecológica é uma das bandeiras do secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Ele argumenta que, além da saúde, os alimentos orgânicos favorecem a preservação dos mananciais. “Para melhorar a vida e o meio ambiente precisamos fazer mais”, disse Ortigara. A valorização da agroecologia na agricultura e na pecuária depende de ações como o curso e mobilização, considera.

A conversão é decisiva na região de Curitiba, aponta o diretor presidente do CPRA, João Carlos Zandoná. Segundo ele, 70% da produção de olerícolas da Região Metropolitana estão sobre áreas de mananciais. Justamente com o objetivo de estimular a agroecologia em todo o estado, o CPRA funciona no Parque Newton Freire (antigo Castelo Branco), em Pinhais, desde 2005.

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