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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A produtividade da cana-de-açúcar para a produção de etanol caiu neste ano em função de períodos prolongados de seca no centro-sul do País, e isso deve afetar os preços do combustível nas bombas.

Devido à estiagem, as usinas de etanol e açúcar estão antecipando a fabricação dos dois produtos na safra deste ano. Assim, a entressafra, que normalmente vai de dezembro a março, deverá se prolongar. É o período em que tradicionalmente os preços do etanol sobem. Neste intervalo, as usinas não moem cana e fazem manutenção das plantas industriais.

Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), avalia que mesmo com oferta 15% maior à da última entressafra, algum ajuste de preços deve ocorrer.

“Difícil ter alguma expectativa de que isso aconteça em um curtíssimo prazo. Mas, se continuar a venda no patamar de 2 bilhões de litros por mês, o mercado vai se ajustar lá na frente. Não fortemente, mas sim.”

Ainda de acordo com ele, mesmo com o ajuste dificilmente o etanol perderá competitividade com a gasolina. Ou seja, o combustível renovável deverá seguir abaixo do ponto-limite de 70% do preço da gasolina, acima do qual deixa de ter a vantagem em termos de rendimento e custo econômico.

Desde o início da safra, em abril, e até o último dia 15, foram processadas 430,35 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, ante 428,32 milhões de toneladas da safra passada.

A diferença é que, segundo dados do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), o canavial rendeu em média 70,73 toneladas de cana por hectare na primeira quinzena de setembro, ante 77,87 toneladas no mesmo período da safra passada.

Os números mostram queda de 9,16% e que é preciso colher mais cana para ter o mesmo rendimento. Essa diferença é que é atribuída à seca.

Um Paraná a menos

A projeção da Unica é de que a safra atinja cerca de 560 milhões de toneladas de cana, queda de 6,04% em relação às 596 milhões de toneladas previstas inicialmente.

Pode parecer pouco, mas essas 36 milhões de toneladas equivalem praticamente à produção do Paraná todo na safra 2017/18, quinto maior produtor do país e que colheu 37 milhões de toneladas.

O maior produtor é São Paulo, com 357,1 milhões de toneladas na última safra.

“É uma quebra estritamente climática. A área disponível para colheita teve crescimento, mas a oferta será reduzida em 36 milhões de toneladas. Foi estritamente o veranico prolongado e a seca”, afirmou Padua Rodrigues.

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