Quebra no Rio Grande do Sul nem leilões públicos foram suficientes para elevar preços a R$ 33,5, valor mínimo necessário para cobrir custos.| Foto: Foto: Marcelo Andrade/gazeta Do Povo

Com a colheita de trigo encerrada, o Paraná confirma que teve produção em volume recorde. Relatório final divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Departamento de Economia Rural (Deral) aponta que a produção foi de 3,72 milhões de toneladas, menos que as 4,1 milhões esperadas, mas bem além do antigo recorde de 3,31 milhões de toneladas (2010).

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Apesar da quebra de mais de 1 milhão de toneladas registrada no Rio Grande do Sul, a produção paranaense pressionou as cotações nacionais. A saca de trigo vale R$ 30 em média no Paraná, R$ 12 a menos do que em dezembro do ano passado. Isso depois de uma bateria de leilões do governo, que tentaram fazer os preços subirem acima dos R$ 33 por saca.

Pouco mais de dois terços da produção do Paraná têm boa qualidade, conforme o economista do Deral Carlos Hugo Godinho. "Estima-se que 70% da safra paranaense apresente ao menos PH 78 [Peso Hectolitro para tipo 1] e outros 23% PH inferior. Os 7% restantes são triguilho [para ração]", aponta.

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A colheita foi concluída no início deste mês e, nas contas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Paraná produziu 50 mil toneladas a mais que o volume estimado pelo Deral. A marca é recorde no estado, mas o volume nacional, que foi derrubado pelas quebras climáticas de 7,7 milhões para 5,95 milhões de toneladas, não supera o de 2003, que foi de 6,07 milhões.

Ainda assim, o volume é um dos maiores da história e a queda nos preços reduz a renda dos produtores. O Paraná ainda não vendeu metade da safra, conforme o Deral.

Os produtores também não venderam 40% do milho de inverno e, a partir de janeiro, a soja começará a disputar espaço nos armazéns, testando o fôlego de cada unidade produtiva.

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