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Produtores de soja do Oeste da Bahia, principal região produtora do cinturão conhecido como Matopiba, esperam o retorno das chuvas no período de Natal para garantir o fim do plantio e uma boa germinação das lavouras, muitas delas semeadas com atraso devido ao tempo seco.

“Hoje tem 10% de áreas que faltam ser plantadas. Mas com essa chuva que está caindo, um pouquinho em cada pedaço, dá muita apreensão com a qualidade dessa lavouras, se elas vão emergir, se vão ter falhas”, disse o assessor de agronegócios da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Luiz Stahlke, responsável pelos levantamentos técnicos da entidade.

A temporada vem sendo marcada por chuvas irregulares no Matopiba --formado pelas áreas agrícolas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia--, assim como no Centro-Oeste, sob influência do fenômeno climático El Niño.

“Este ano está bem instável. Não está tendo chuva generalizada. As chuvas são em manchas”, relatou Stahlke, que contabilizou 20 dias de atraso no plantio no oeste da Bahia.

A expectativa é de que chova na próxima semana, para elevar a umidade do solo e garantir bom desenvolvimento das plantas jovens.

Segundo a previsão do tempo, num primeiro momento, as notícias são boas para os produtores.

“Essa condição (de seca) deverá mudar em meados da semana que vem, quando estão sendo previstas chuvas mais generalizadas e em bons volumes sobre toda essa região do Brasil”, disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia.

Efeito no resultado

Um encontro de técnicos da Aiba esta semana estimou as produtividades médias da Bahia em 56 sacas por hectare, igual ao melhor resultado já obtido na região, na temporada 2010/11. Segundo Stahlke, a área plantada com soja na Bahia deverá crescer para 1,55 milhão de hectares em 2015/16, ante 1,42 milhão de hectares, tomando espaço de culturas como milho e algodão. A Bahia é o sexto principal produtor de soja do Brasil, atrás de estados do Centro-Oeste e do Sul.

A principal preocupação dos produtores da Bahia é com as chuvas em janeiro, que vão definir o potencial produtivo da temporada. “Se não tiver chuva... toda essa projeção de produtividade pode cair”, disse o assessor da Aiba, dizendo que os índices serão reavaliados no mês que vem.

Nas duas últimas safras, a produção da Bahia já foi prejudicada por períodos prolongados de seca --os chamados “veranicos”-- em janeiro.

Segundo Santos, da Somar, os prognósticos para o mês que vem na região não são animadores. “Haverá um bloqueio atmosférico... Eles terão chuva até o fim do mês, alguma coisa até no começo de janeiro, e aí começa a intercalar períodos de chuvas e outros sem. Volta a chover só em fevereiro”, disse o meteorologista.

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