A onda de frio da semana passada afetou áreas de pasto, hortaliças, café, milho, trigo, cevada, aveia e azevém, mas teve consequências menos graves para áreas que adotam integração de culturas. De acordo com técnicos e produtores, o plantio de árvores ao redor das lavouras funcionou como uma espécie de isolante térmico. As florestas também diminuem o efeito dos ventos.
“[As árvores] ajudam a proteger bastante e não deixam [a geada] queimar as plantações”, afirma o produtor de caqui Edgar José Berton, que contabilizou perdas consideráveis em 2006, quando uma geada fora de época atingiu o pomar. Na época, ele ainda não utilizava o sistema de integração. “Desta vez as perdas foram quase zero.”
De acordo com o coordenador estadual de Produção Florestal, Amauri Ferreira Pinto, os ganhos com a diversificação não param por ai. O plantio de pinus e eucalipto, espécies mais comuns, ajuda a manter o solo fértil. “A árvore puxa nutriente das partes mais profundas da terra. Além disso, os galhos e folhas que caem também beneficiam o solo”, aponta.
Outra forma de otimizar o sistema é usá-lo como isolante térmico para animais. “Colocamos a pecuária dentro do reflorestamento. O pastejo dos animais no inverno é entre as árvores, pois o espaçamento de 22 metros permite”, conta Vicente Nogaroli. Ele tem 300 matrizes na propriedade em Palmeira que, após desmama, seguem para a fazenda em Porto Amazonas, para confinamento e futura venda. No verão, a terra pode ser usada no cultivo de grãos.
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