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A indústria química alemã Basf decidiu se voltar de vez para o agronegócio neste ano, disseram executivos da empresa em entrevista coletiva em São Paulo. A conferência, realizada para divulgar as estratégias de atuação na América Latina, mostrou que a empresa encara o Brasil como base operacional para atender as regiões de clima tropical de todo o mundo. Além de principal mercado de agroquímicos, o país se torna centro de exportações, apesar do real valorizado em relação ao dólar.

Afastado de São Paulo desde 2005 para atuar na América do Norte e na Europa, Markus Heldt, presidente da Divisão de Proteção de Cultivos, voltou a falar português. O momento requer essa estratégia, explicou. Ele disse que as novas tecnologias que estão chegando vão tornar o Brasil líder em produtividade de soja. Atual­mente, os Estados Unidos lideram com 2,95 mil quilos por hectare. O Brasil estaria 50 quilos atrás dos EUA e 30 quilos à frente da Argen­tina. Heldt inclui entre as novas tecnologias fungicidas, herbicidas, serviços técnicos e soja Cultivance, grão geneticamente modificado que chega ao mercado em 2011/12.

A Basf corre contra o tempo para lançar a nova soja transgênica, desenvolvida em parceria com a Embrapa Soja, com sede em Londrina (PR). O grão marca sua estreia no mercado de sementes modificadas. Porém, ainda não conseguiu aprovação para que a Cultivance seja usada em alimentos a serem consumidos na Europa e na China, explicou Walter Dis­singer, vice-presidente de Proteção de Cultivos para a América Latina. "Vamos regulamentar antes do lançamento", disse.

O início das pesquisas foi há dez anos. Na parceria com a Embrapa, os pesquisadores brasileiros passaram a ajudar na parte de introdução da tecnolgia em variedades de soja. A expectativa é que o produto faça sua participação no mercado subir. Hoje a empresa é a terceira maior vendedora de agroquímicos, com 11% desse mercado, atrás de Bayer e Syngenta. Considerando o mercado de sementes GM, a companhia quer 20% de participação em uma década.

"Se você analisar a agricultura em todo o mundo, vai ver que o Brasil é o país que realmente pode ampliar a produção de alimentos", disse o presidente da Bayer, Peter Eckes. As Nações Unidas consideram que até a metade deste século o consumo de grãos e de fontes renováveis de energia em substituição ao petróleo vai dobrar.

O faturamento da Basf no Brasil e na América Latina vem crescendo a uma média de 5% ao ano. A região representa atualmente perto de 7% do faturamento geral e 23% do faturamento em agro. A empresa faturou 103 bilhões de euros em 2009 e se apoiou no mercado brasileiro para sustentar as vendas.

O jornalista viajou a convite da Basf

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