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Vale tudo para elevar a produção de fazendas leiteiras no Paraná. O confinamento das vacas e a melhoria genética do rebanho já não bastam. Na região do estado que alcança a melhor produtividade, a dos Campos Gerais, só as vacas que mais produzem ganham reforço na alimentação. Para que elas rendam 12 mil litros de leite ao ano, os criadores investem ainda em galpões especiais, mais arejados, que dão mais conforto aos animais.

A produtora Reni Maria Vriesman, que entrou na atividade há 27 anos com cinco vacas, comemora a marca de 9 mil litros de leite por dia. A produção da Fazenda Pilatos (Carambeí) – que aloja 267 animais em lactação (holandeses e jérseis) numa área de 179 hectares – passou de 27 para 34 litros por animal ao dia nos últimos sete meses.

Segundo o veterinário Mário Zoni, o aumento na produção deve-se principalmente à separação das vacas em categorias, por rendimento. Com isso, Zoni consegue direcionar o investimento em ração e melhores condições de repouso às vacas que dão mais leite. "Prefiro ser garçom de vaca do que deixar o animal no pasto e trocar seis por meia dúzia", declara.

O veterinário afirma que os produtores não estão na atividade leiteira à toa. "Eles querem lucrar, e para isso é preciso investir, adequar as propriedades, planejar." Dona Reni diz que a receita é a dedicação. "Conseguimos elevar a produção com muito sacrifício." Mesmo com seis funcionários, ela ajuda na ordenha, que ocorre três vezes ao dia.

O lucro da Fazenda Pilatos chega a 12 centavos por litro de leite e o custo de produção é de R$ 0,44. A renda inclui itens como o fornecimento de bezerros machos a frigoríficos e o custo abrange fatores como a depreciação das máquinas. Para alcançar a margem de 12 centavos, dona Reni faz apostas altas, como um financiamento de R$ 300 mil para a construção de um novo barracão.

Investir alto não é a única saída. Com produção de até 50 litros por animal ao dia, a Fazenda Colina, na Colônia Witmarsum (Palmeira), é exemplo de administração ponderada. A estratégia para a elevação do lucro, hoje em 4 centavos por litro de leite, está na redução de custos. Com 50 animais em lactação e apenas 35 hectares de área disponível para pastagem, Ewald e Matilde Warkentin monitoram os gastos com mão-de-obra (20%) e nutrição (44%), tentando abater essas despesas, que consomem a maior parte da renda.

A opção pelo confinamento e o controle rígido das contas melhorou a renda dos produtores da colônia Witmarsum, relata o veterinário Edilson José Vieira, que atende a 82 criadores de gado. "A produtividade cresceu 44% de 1997 para cá", afirma. O número de produtores caiu de 312 para 82 nesse período, mas quem permaneceu no negócio está produzindo bem mais, explica.

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