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Condições para que essa meta se concretize não faltam, dizem técnicos e produtores. "O preço acompanha a cotação da soja e o investimento necessário no campo é baixo. É uma cultura com potencial que dá um bom retorno", avalia o agrônomo Sérgio Eusich, da Cooperativa Witmarsum, nos Campos Gerais.

De acordo com os dados da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abaste­­cimento (Seab), a área plantada com canola aumentou 300% nas últimas cinco safras, saltando dos 3,9 mil hectares na temporada 2007/08 para 11,6 mil hectares na safra passada – houve queda de 15% em relação a safra 2010/11 (veja quadro), num ambiente de competição direta com o milho sobrevalorizado.

A produção da oleaginosa teve crescimento ainda mais substancial (370%). São 20,8 mil toneladas na colheita atual, que segue até outubro, contra apenas 5,6 mil na de 2007.

Incentivo

A Bsbios é uma das empresas que desenvolve trabalho de fomento junto aos produtores paranaenses de canola. A empresa opera há um ano uma usina de biodiesel em Marialva, Norte do Paraná, mas vem usando soja como matéria-prima. A expectativa, no entanto, é usar o grão de inverno, quando a produção aumentar substancialmente. Por enquanto, o material recebido é repassado à indústria de alimentos.

"A melhor relação para substituir a soja no processo de produção do biodisel é a canola. O grão de soja tem 20% de óleo, enquanto o de canola tem 40%", relata o direto operacional da Bsbios, Carlos Gaspar.

O programa da indústria consiste em oferecer o pacote técnico de assistência ao produtor e garantir a compra de 100% da produção, ao preço da soja. Segundo Gaspar, o trabalho tem obtido ótimos resultados e o número de agricultores aderindo à cultura é crescente.

"A cultura passou a ocupar as terras dos produtores que a deixam arada no inverno. Olhando o que estamos fazendo e as outras empresas do setor, a área de canola pode chegar a 21 mil hectares na próxima safra", prevê Gaspar. Além do Rio Grande do Sul, onde a Bsbios tem uma unidade em Passo Fundo, o programa também abrange produtores do Mato Grosso e São Paulo.

Mercado

A perspectiva de aproveitar a área que ficava "descansando" para incrementar a renda foi o que atraiu o produtor Marvin Epp, de 70 anos, para a canola. Ele está prestes a colher a sua quarta safra na fazenda em Palmeira, nos Campos Gerais.

"Fiquei sabendo do interesse das empresas que falavam em transformar a canola em biodisel pela cooperativa [Witmarsum]. Como no inverno sobra área, resolvi experimentar", conta. "A gente está pegando o jeito, testando para melhorar. Mas é uma boa alternativa. Quando comecei há quatro anos, vendi a saca por US$ 13 dólares. Hoje está US$ 45", complementa.

Nos 95 hectares que destinou a cultura, o descendente de alemães projeta colher perto de 2 mil quilos por hectare – a média estadual na última temporada foi 1,7 mil. Ele espera vender a produção ao preço recorde da soja.

Colaborou Igor Castanho

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