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Apesar de ainda de ter mais de 300 quilômetros em asfaltamento, a BR-163 – que vai desviar para o Norte boa parte da produção de grãos de Mato Grosso atualmente escoada pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) – passou a ser considerada a novidade logística da safra 2013/14. A rodovia atravessa o Médio-Norte, principal região produtora do estado do Centro-Oeste, e permitirá que a colheita siga para o Pará e, depois, para os portos do Norte e Nordeste. A expectativa é que o volume de grãos escoados pela BR-163 em 2014 seja dez vezes maior que as cerca de 300 mil toneladas de 2013.

Após passar quase quatro décadas sem asfalto, obras de pavimentação realizadas nos últimos anos tornaram a estrada minimamente transitável, permitindo o acesso dos caminhões a terminais existentes e em construção em importantes rios da região, como o Tapajós e o Amazonas.

Do norte de Mato Grosso até Santarém (PA), às margens do Rio Amazonas, são cerca de 1 mil quilômetros de rodovia. Para o escoamento da safra 2013/14, a expectativa dos produtores é que faltem cerca de 300 a 400 quilômetros ainda sem asfalto. “O mais importante é que está definitivamente havendo escoamento pelo Norte do país”, disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja MT), Carlos Fávaro.

Em Santarém já existe, há 10 anos, um terminal da Cargill, mas os navios são carregados com grãos que chegam principalmente de barcaças provenientes de Porto Velho (RO). A possibilidade de trazer mais grãos, agora de caminhão, deve elevar a movimentação do terminal. “A BR-163 tem algum movimento, mesmo que 400 quilômetros ainda precisem ser asfaltados”, disse o diretor de portos da empresa Clythio Buggenhout. “A estrada está agora relativamente viável.” Usualmente, a Cargill movimenta 1,3 milhão de toneladas de grãos em Santarém, quase tudo vindo de Rondônia pelos rios, mas em 2014 o volume pode chegar a 2 milhões com maior uso da 163.

Canal do Panamá

De Santarém, os navios saem pelo Rio Amazonas para o Oceano Atlântico. A rota dos navios rumo à Europa e à China segue pelo Canal do Panamá. Além da economia com frete rodoviário, a viagem no mar fica pelo menos dois dias mais curta, conforme os especialistas. Um problema é o assoreamento da foz do Rio Amazonas, que limita o carregamento de navios a 47 mil toneladas em alguns portos, aponta Edeon Vaz, coordenador do Movimento Pró-Logística, de Mato Grosso.

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